CYBER SHADOW (PC, Xbox One, Ps4/Ps5, Switch – 2021)

Para os fãs de retrogaming, Cyber Shadow é uma das grandes novidades deste recém iniciado ano de 2021. Lançado no último dia 26 de janeiro, o jogo – desenvolvido pela Mechanical Head Studios e distribuído pela Yacht Club Games (famosa pelo hit Shovel Knight, de 2016) – tem todos os ingredientes necessários para cair no agrado dos saudosistas daqueles bons e velhos games de ação/aventura do Nintendo 8-bits (NES), que ostentavam uma dificuldade de ranger os dentes.

A trama de Cyber Shadow se passa num sombrio futuro pós-apocalíptico na cidade de Mekacity, na qual os avanços tecnológicos levaram a um apocalipse perpetrado por formas de vida sintéticas.

O jogador encarna Shadow, um ninja cyborg que é reativado com a missão de resgatar os membros do seu clã agora extinto e de destruir as forças malévolas que subjugaram a humanidade. Relativamente fragilizado no começo da aventura, o protagonista vai adquirindo, ao longo da sua jornada, um arsenal cada vez mais diversificado de poderes e habilidades especiais, que serão extremamente necessárias para atravessar os desafios dos onze capítulos do jogo.

Cyber Shadow é uma espécie de “carta de amor” à clássica trilogia Ninja Gaiden do NES, mas com forte influência de outros games célebres do console, em especial o celebrado Batman lançado em 1989 pela Sunsoft. Este novo lançamento emula de forma competente não apenas a estética mas também o “feeling” daqueles antigos clássicos, especialmente no que diz respeito à dificuldade intensa e às armadilhas que espreitam por todos os lados para matar o jogador sem dó nem piedade em um instante.

Ainda assim, essa emulação da mecânica inclemente dos antigos games de 8-bits é saudavelmente acompanhada de discretos recursos modernos visando equilibrar dificuldade com acessibilidade, como a presença de checkpoints em diferentes pontos de cada uma das 11 (longas) fases do jogo. Dito de outra forma: Cyber Shadow até parece, num primeiro momento, um osso duro de roer tão impiedoso quanto Ninja Gaiden ou o Batman de 1989 – mas, na prática, não é (o que não muda o fato de que você vai ter que penar bastante para chegar no fim do jogo). Em termos práticos, podemos dizer que Cyber Shadow é mais fácil (ou talvez seja melhor dizer menos insanamente difícil) do que os games de NES nos quais se inspira, mas bem mais longo em termos de conteúdo. Por mais ninja que o jogador seja, serão necessárias pelo menos umas quatro horas de jogo contínuo para atravessar todos os níveis do começo ao fim.

Comecei a jogar Cyber Shadow há algumas semanas e, por enquanto, estou na fase 4. Não foi fácil chegar até aqui e ainda tenho um longo caminho até “zerar” o game. Mas a empreitada vale a pena e é diversão garantida, especialmente para os fãs de retrogaming e para os saudosistas da trilogia Ninja Gaiden do NES.

Cyber Shadow está disponível para Windows, Linux, macOS e para os consoles Switch, PlayStation 4, PlayStation 5 e Xbox One. Neste momento, a versão para Windows está custando R$ 37,99 no Steam. Para os proprietários do Xbox One (plataforma na qual estou jogando o game), uma boa notícia: Cyber Shadow está sendo disponibilizado de graça para os assinantes do serviço Game Pass. Não perca!

Reviews de games modernos: SPACE INVADERS EXTREME (2008, PSP e Nintendo DS)

Em comemoração aos 30 anos do lançamento nos arcades de Space Invaders, a Taito lançou em 2008 essa versão ultra-estilizada do clássico, que mantém a mecânica simples do jurássico game original adicionando uma dose reforçada de dinamismo e estímulos visuais, fruto das luzes multicoloridas, efeitos sonoros e design renovado de níveis.

É difícil explicar em palavras como funciona Space Invaders Extreme. Imagine-se jogando o Space Invaders tradicional num console portátil, sob o efeito de drogas, numa boate technodance repleta de luzes e música eletrônica. Ficou meio frenético, mas foi uma boa sacada da Taito, que conseguiu dar uma roupagem moderna para um game que, de outra forma, seria simples demais para os padrões atuais.

Eu conheci o jogo em sua versão para o PSP da Sony, e só posteriormente foi jogar a versão do Nintendo DS. Mas não dá para negar que o game ficou mais legal no portátil da Nintendo, graças às fases bônus e aos confrontos com os chefes de fase, momentos em que o jogo utiliza as duas telas do aparelho, deixando a ação bem mais interessante. Pelo jeito, o Nintendo DS acabou mesmo sendo adotado como “plataforma oficial” do game, já que a continuação Space Invaders Extreme 2, de 2009, foi lançada única e exclusivamente para ele.

Para os retrogamers de plantão, Space Invaders Extreme é altamente recomendável. É um dos games mais clássicos de todos os tempos, em sua roupagem mais inovadora dos últimos vinte anos.  A menos que você sofra de epilepsia ou algo parecido e sua saúde o obrigue a ficar longe dos invasores do espaço e de seu festival de luzes coloridas piscantes, esse game é obrigatório. Não perca!

Reviews de games modernos: PLANTS vs ZOMBIES (PC, 2010)

Caros retrogamers, por favor não se assustem: esta nova seção “Reviews de Games Modernos” aqui do Cemetery Games não significa que estamos virando as costas para os nossos amados jogos antigos. Trata-se apenas de uma maneira de trazer a este blog algumas das coisas que estou jogando no momento em sistemas como Xbox 360, PC, Playstation 2, Nintendo DS e PSP. Como muitos desses games serão resenhados de forma comparativa com games antigos (e como existem hoje em dia games que “cruzam a linha” entre o moderno e o retrô), pensei que seria uma boa ideia introduzir mais esta seção aqui no Cemetery Games.

E, para inaugurar nosso pequeno espaço dedicado a games atuais, nada melhor do que um grande sucesso contemporâneo que tem cara de jogo antigo e que, para melhorar, é protagonizado por ZUMBIS! O nome da brincadeira? PLANTS vs ZOMBIES!

Eu já tinha ouvido falar que esse joguinho estava bombando, mas ainda não tinha experimentado jogá-lo até algumas semanas atrás. Por recomendação de um amigo, baixei o demo do game. Só o que tenho a dizer é: CUIDADO! Esse é um dos jogos mais viciantes que eu tive contato em longo tempo, e conhecê-lo pode ser o fim das suas horas livres.


O game foi lançado em 2010 pela PopCap Games, e sua versão completa custa 19,99 dólares no site oficial – mas o jogo está em promoção no Steam, na versão Game of the Year, por apenas U$ 9,90. O demo é bem legal, o suficiente para deixar o jogador ocupado por duas ou três horas, mas depois de ter viciado nessa coisa (e de ter chegado ao fim da versão demo em apenas duas noites) pra mim foi impossível não comprá-lo.

A premissa de Plants vs Zombies é tão absurda quanto divertida. Zumbis estão saindo de um cemitério próximo e tentando invadir a sua casa pelo quintal. A sua única linha de defesa é transformar o pátio numa plantação de bizarras plantas atiradoras, que atacam os mortos-vivos e impedem o avanço deles. Para dispor das plantas, é necessário coletar raios de sol. O conceito todo é um pouco complicado de explicar em palavras, mas a curva de aprendizado é bastante rápida e bastam uns poucos minutos para que o jogador consiga dominar a excêntrica mecânica do jogo.

O jogo foi muito elogiado em todas as suas versões (PC, Mac, Iphone e Xbox Live Arcade), e vem fazendo um sucesso absurdo na versão Iphone, tendo vendido mais de 300.000 cópias apenas nos primeiros nove dias à venda na App Store da Apple. Até o Nintendo DS acaba de ganhar uma versão do jogo, que foi bem avaliada pela crítica.

Enfim, Plants vs Zombies é divertidíssimo, viciante, tem gráficos e sons muito legais, é barato e nada exigente em termos de hardware. Estou rodando perfeitamente o jogo no meu netbook ASUS 1201T (que, embora seja considerado um “super netbook”, tem mais ou menos o poder de processamento de um notebook ou desktop dos mais baratos). Realmente, um joguinho imperdível – que mostra que, em tempos de realismo fotográfico e games ultrarealistas de Xbox 360 e Playstation 3, ainda há espaço para games baseados mais na originalidade e na diversão e menos em gráficos 3D sofisticados.

Reviews de games modernos: RED DEAD REDEMPTION (Xbox 360)

Se você tem um Xbox 360 ou Playstation 3, não há na atualidade um game mais imperdível, recomendável e necessário do que Red Dead Redemption! Eu sei que alguns apressados vão pensar algo como “ah, é só mais um GTA, só que agora no Velho Oeste”, mas pode acreditar que esse game é bem mais do que isso. Eu, particularmente, não me divertia (e viciava) tanto num jogo da Rockstar desde o lendário GTA – Vice City de 2002.

Red Dead Redemption se passa no ano de 1911, e o jogador encarna o pistoleiro John Marston. Outrora um assaltante e membro de um bando criminoso, agora Marston foi cooptado pelo governo para caçar um perigoso bandido chamado Bill Williamson, antigo amigo de Marston. Sem muita escolha (agentes do governo sequestram a esposa e o filho dele), nosso herói viaja para o território de New Austin e confronta Williamson, mas é baleado e deixado para morrer em frente ao forte onde o bandido está encastelado com sua gangue. Marston então é salvo por uma fazendeira chamada Bonnie MacFarlane, e é aí que o jogo começa.

Chamar Red Dead Redemption de “cinematográfico” é quase desmerecê-lo, pois já faz tempo que não vejo um filmão hollywoodiano de ação/aventura com tanta atmosfera, ambientação e trama como se vê nesse jogo. Os gráficos, então, são de babar! É de aquecer o coração de uma criança velha que cresceu jogando Atari, como o autor dessas linhas. A qualidade visual beira o realismo fotográfico, é de sair cavalgando só pra admirar o cenário mesmo. Que me desculpem os fãs de GTA IV, mas Red Dead Redemption dá de relho! E isso pra não falar da enormidade inacreditável do cenário de jogo. Simplesmente não dá pra entender como é que você anda e anda e anda por imensidões territoriais aparentemente infindáveis sem que o videogame pare sequer por um segundo para fazer um “loading”, ainda que mínimo. Se o jogo fosse um pouco mais imersivo, eu já teria me mudado pra dentro dele de mala e cuia!

O único “problema” – comum dos jogos atuais – é a enormidade do jogo. Se você não tem mais nada pra fazer da vida e pode jogar oito horas diárias, isso não chega a ser um problema. Mas, para um jogador de fim de semana como eu, a extensa campanha single player é um bocado intimidadora. Para você ter uma ideia, já joguei quase dez horas e completei pouco mais de 20% do jogo. Portanto, como eu pretendo chegar ao final dele, posso ter certeza de que muitas horas de cavalgadas e tiroteios ainda me aguardam.

Ah, no momento estou morando num quarto alugado em cima do saloon da cidade de Armadillo, a poucos metros dos bêbados e prostitutas do lugar. Quer coisa mais legal do que isso?