WAVERACE 64 (1996, Nintendo 64)

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Uau, parece até bizarro colocar um game de Nintendo 64 num blog dedicado a games antigos. Mas a realidade é essa, pessoal: estamos em 2009 e Waverace 64 já é um oldgame, lançado há respeitáveis treze anos atrás!

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Waverace 64 foi um dos primeiros games lançados para o N64, o então novo e poderoso console da Nintendo. O jogo saiu em 1996 e era um ARREGAÇO tecnológico. Subitamente, um público criado com jogos bidimensionais no Mega Drive e no Super Nes se via diante de um game de corridas de jet-ski 3D, com gráficos poligonais, água realista, ondas influenciando na física dos competidores, efeitos de luz e outras demonstrações absurdas de poder.

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Os gráficos de Waverace eram simplesmente de BABAR. Lembro que, quando vi o game na época, cheguei a sentir SEDE ao ver o realismo daquela água clarinha e cristalina das pistas. Sem dúvida, o game ficou na história como um dos títulos que melhor exploraram o grande potencial do N64.

Waverace possui os seguintes modos de jogo:

– CHAMPIONSHIP: a disputa de campeonato, com o jogador tendo que buscar a vitória numa série de corridas em diferentes localidades;

– WARM UP: treino livre, com o jogador podendo passear e treinar manobras numa pista específica para isso, chamada Dolphin Park;

– TIME TRIALS: competição de melhores tempos em cada pista;

– STUNT MODE: uma modalidade exclusiva para a prática de manobras radicais de exibição;

– 2P VS: corrida entre dois jogadores, com a tela dividida.

O game conta com oito pistas no total: Sunny Beach, Sunset Bay, Drake Lake, Marine Fortress, Port Blue, Twilight City, Glacier Coast e Southern Island. As quatro primeiras encontram-se liberadas desde o começo, enquanto que as quatro últimas são liberadas dependendo das vitórias do jogador nos modos de dificuldade mais elevados.

O jogador pode escolher, ainda, entre quatro diferentes pilotos, que podem ser personalizados.

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Um lance característico de Wavarace é que o objetivo das corridas não é apenas ultrapassar os adversários, mas também contornar corretamente uma série de bóias luminosas – amarelas e vermelhas – espalhadas pelas pistas. Contornar cada uma pelo lado correto aumenta a potência do seu motor, enquanto que o contrário reduz sua velocidade. Se o número de bóias perdidas for maior que o limite, o jogador é eliminado da corrida.

Outra coisa que não dá pra deixar de elogiar no jogo é a excelente trilha sonora, que fecha perfeitamente com o visual de cada pista e contribui tremendamente para a experiência empolgante gerada pelo game.

É claro que a fantástica experiência visual de Waverace não é mais a mesma. O visual envelheceu consideravelmente, como não poderia deixar de ser. Os corredores, por exemplo, parecem um tanto “quadradões” para os padrões atuais. Mas o visual do game no geral envelheceu bem, e os gráficos continuam agradáveis, sem comprometer o conjunto.

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A primeira pista do game é a ensolarada e tranquila Sunny Beach.

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Os efeitos de física envolvendo as ondas e o jet-ski eram absolutamente revolucionários para a época.

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A água clarinha de Sunny Beach dá lugar para o tom laranja de Sunset Bay, a segunda pista. Na foto, o corredor está “voando” depois de pegar impulso numa rampa.

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Repare nos efeitos de luz, com o sol de fim de tarde ofuscando o jogador. Um arraso!

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A água calma e cristalina da pista Drake Lake mostrava a variedade dos cenários.

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Apesar da ambientação calma e bucólica e da ausência de ondas, a pista Drake Lake tem seus desafios.

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Na pista Marine Fortress, não tem moleza. Aqui, o jogador encara um mar agitado e águas repletas de entulhos, passando por formações rochosas e contornando instalações militares.

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Na pista Marine Fortress, o lindo céu azul de outras pistas dá lugar a um horizonte nublado.


Enfim, Wavarace 64 é um dos grandes jogos da 5ª geração de consoles, e vale à pena revisitá-lo – ou, para o pessoal mais novo, conhecê-lo. A jogabilidade é fácil de pegar e o jogo é bem divertido e viciante, atirando o jogador rapidamente na ação, sem necessidade de muito treino e sem maiores customizações, complicações, realismos, etc. É um game direto, estilo “arcade”, voltado para a ação rápida e com corridas rápidas e dinâmicas. Divertido e sem frescuras, portanto, coisas que às vezes fazem falta em muitos games atuais.

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NINJA GAIDEN (NES, 1989)

Lançado em 1989 pela Tecmo, Ninja Gaiden é o primeiro game de uma trilogia que constitui uma das séries mais famosas do NES, o clássico videogame da Nintendo que virtualmente dominou o mercado entre o final dos anos 80 e início dos 90.Ninja_gaiden_nes
Na verdade, Ninja Gaiden nasceu nos arcades em 1988, num game que mais se parecia com um clone de Double Dragon do que com o rápido jogo de aventura e ação que se vê no NES. No entanto, a versão para o console da Nintendo se mostrou muito melhor e mais legal do que o dos arcades, e acabou eclipsando o game original. A prova disso é que o jogo do NES ganhou duas ótimas continuações, enquanto que o original do arcade acabou esquecido.

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O protagonista da série Ninja Gaiden é – surpresa!!! – um ninja. O nome do cara é Ryu Hayabusa, sempre acompanhado de sua poderosa espada, a Dragon Sword, herdada de seu pai.

Sempre achei que o nome “Ninja Gaiden” soa muito bem, mas só Deus sabe de onde tiraram esse nome para o jogo! O nome original da série no Japão é Ninja Ryukenden, que significa literalmente A Lenda da Espada Ninja do Dragão. Parece nome de filme barato de kung-fu, mas pelo menos tem sentido. Já “Ninja Gaiden” significa – pasme – “História Paralela Ninja”(!!!). Como o game não é um spin-off e sim uma história original, a verdade é que o título Ninja Gaiden
não faz sentido algum. Possui apenas o mérito de soar bem aos ouvidos ocidentais.

Ninja Gaiden se tornou um sucesso por muitos motivos: bons gráficos, ação rápida, ótima jogabilidade e excelente trilha sonora. Além disso, pela primeira vez na história dos videogames, o game apresentava uma história que era contada no decorrer do jogo através de “cut scenes”, como breves “filminhos” com imagens estáticas, textos e pequenas animações. Para os padrões da época, tudo isso levava o jogo a um novo patamar narrativo.

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Outro aspecto folclórico dessa série de games é a dificuldade extrema, de arrancar os cabelos. É complicado dizer se esse primeiro game é mais ou menos difícil do que as duas continuações, mas o que é certo é que o jogo é ralado, roubado, injusto, cruel, doentiamente difícil. Mesmo jogado num emulador e com uso de recursos como save state, o jogo ainda é mais difícil do que qualquer game contemporâneo. Só jogando as últimas fases do game é que se pode ter uma idéia da dificuldade extrema. É o tipo de cartucho que dava vontade de arremessar contra a parede de tão frustrante.

Ryu Hayabusa foi um dos garotos propaganda da Nintendo, graças ao sucesso da ótima trilogia Ninja Gaiden no NES e de uma versão do game lançada para o portátil Game Boy. Mas isso mudou em 1991, quando uma nova versão do jogo foi lançada para o Game Gear, o videogame portátil da concorrente Sega. O jogo parecia uma mistura do primeiro game do NES com o original dos arcades, e não era grande coisa. Já em 1992, uma excelente versão original do game foi lançada para o Master System, o principal concorrente do NES, também fabricado pela Sega. No entanto, nessa época o Master System já estava virtualmente morto nos EUA, razão pela qual o game só saiu na Europa e no Brasil (sim, o nosso país foi um dos melhores mercados do Master System em todo o mundo).

Depois do original dos arcades, da trilogia do NES, das aparições no Game Gear e no Game Boy e do game para Master System, a série Ninja Gaiden hibernou por DOZE ANOS, até ser ressuscitada no game Ninja Gaiden (de 2004, lançado para o Xbox). Após este elogiado renascimento da série, Ryu Hayabusa apareceu novamente em 2008 em dois novos games: Ninja Gaiden II (para o Xbox 360) e Ninja Gaiden Dragon Sword, para o console portátil Nintendo DS.

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A HISTÓRIA

Antes de o jogador iniciar uma partida, uma breve animação começa a contar a trama do game. Essa abertura mostra o pai de Ryu num duelo noturno de espadas com um desconhecido, sendo derrotado por este misterioso inimigo. Intrigado com o desaparecimento de seu pai, Ryu vai até a casa daquele e encontra uma carta destinada a ele, escrita por seu pai. Na carta, o pai de Ryu revela que está indo para um duelo do qual pode não retornar, e que nesse caso Ryu deverá ir imediatamente para os Estados Unidos para encontrar um arqueólogo chamado Walter Smith.

Desejando vingança pela morte de seu pai, Ryu vai para os EUA. Na primeira fase, vemos o ninja sendo atacado por uma enorme quantidade de criminosos já nas ruas, à procura do tal Smith.

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A fase termina com Ryu saindo no pau com um grandalhão num bar.

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Logo após derrotá-lo, uma cut scene mostra uma misteriosa mulher perseguindo Ryu. Assim que este vê a garota, ela subitamente atira no ninja.

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Ryu acorda numa prisão, descobrindo que foi atingido por algum tipo de sedativo. A mesma mulher misteriosa que atirou nele abre a porta de sua cela e dá ao ninja uma estranha estatueta. A mulher diz para Ryu fugir e então desaparece.

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Saindo da prisão, Ryu descobre que estava numa espécie de complexo de ruínas antigas.

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Seguindo em frente, ele enfrenta uma série de soldados e inimigos e, no fim da fase, mais um grandalhão maluco.

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Após estas aventuras, Ryu finalmente chega até a casa do Dr. Walter Smith, localizada à beira de um lago nas montanhas. O arqueólogo revela que era um amigo próximo do pai de Ryu, e que ambos fizeram uma expedição para a floresta amazônica anos antes, ocasião na qual descobriram uma tabuleta e uma antiga estátua, que revelavam um terrível segredo …

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Séculos atrás, um poderoso demônio havia entrado em nosso mundo. No entanto, um ninja de poderes excepcionais chamado Shinobi (nada a ver com o famoso ninja da Sega!) derrotou o demônio e aprisionou os poderes da criatura em duas pequenas estatuetas, que representavam respectivamente a luz e a escuridão. Os acontecimentos recentes indicam que, aparentemente, alguém está tentando se apoderar dessas duas estatuetas e trazer de volta ao nosso mundo a terrível entidade demoníaca.

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Enquanto Ryu e Walter estão conversando, subitamente um ninja entra na casa, pega a estatueta e foge pelo telhado.

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Começa aí a terceira fase, com Ryu saindo da casa de Walter e subindo as montanhas em direção ao misterioso ladrão.

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Chegando numa caverna, Ruy enfrenta mais um grandalhão e consegue recuperar a estátua.

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Ao voltar à cabana do Dr.Smith, ele descobre que o arqueólogo foi baleado. Antes de morrer, Smith dá a Ryu a outra estátua, que ficou guardada com ele.

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Um grupo de homens armados surge e eles levam Ryu até a presença de um agente chamado Foster, que revela que eles são homens da CIA. Foster explica a Ryu que o antigo templo amazônico encontrado pelo Dr.Smith foi tomado por um vilão com o exótico nome de Guardia de mieux, que se auto intitula JAQUIO. Os homens da Cia então mandam Ryu para a Amazônia.

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Na Amazônia, o jogo começa a ficar REALMENTE difícil, com Ryu enfrentando uma crescente quantidade de inimigos cada vez mais letais, até chegar num templo, onde terá que enfrentar dois sapos de pedra, gigantes e demoníacos.

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Depois de derrotar esses bizarros inimigos, Ryu fica de cara com o vilão Jaquio, que raptou a agente do FBI que atirou em Ryu no final da primeira fase. Ameaçando matar a garota, Jaquio força Ryu a entregar as estátuas, e então joga o nosso herói num alçapão.

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Ryu vai parar numas cavernas infestadas de inimigos, e terá que subir novamente ao topo do templo, enfrentando uma dificuldade de arrancar os cabelos!

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Nosso herói então passa por mais uma série de apuros até chegar em Malth, o sinistro guerreiro que duelou com seu pai.

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Os sapos gigantes são inimigos bem desafiantes, mas Malth é o primeiro inimigo extremamente difícil de vencer dos vários que ainda virão.

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Derrotado, Malth revela que o pai de Ryu não está morto.

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Essa última fase é de uma dificuldade que beira o inacreditável, com quantidades enormes de inimigos saindo por todos os lados e colocando Ryu em perigo a cada centímetro avançado no jogo.

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Seguindo em frente, Ryu chega até o templo aonde está encastelado Jaquio. Lá ele descobre a terrível verdade: o pai de Ryu não foi morto, mas sim transformado num demônio mascarado, possuído por uma misteriosa força sobrenatural que controla a sua mente.

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Aqui o jogo – que já vinha sendo monstruosamente difícil desde o começo da fase da Amazônia – mostra a sua verdadeira face e se torna virtualmente IMPOSSÍVEL de ser vencido. Isso porque Ryu terá que enfrentar TRÊS grandes inimigos, um atrás do outro, e a sua morte significa ser automaticamente remetido ao começo da última fase, após a derrota de Malth. É mole?!?

O primeiro inimigo é o pai de Ryu, transformado no demônio mascarado. Aqui, o negócio é atacar a pedra vermelha no centro da tela, e não o demônio em si. Só que a tarefa é osso duro de roer, porque a maldita coisa fica atirando no ninja.

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Em seguida, libertado da magia que dominava sua mente, o pai de Ryu se atira na frente de uma bola de fogo lançada por Jaquio contra Ryu. Ao ver seu pai moribundo, Ryu perda a paciência e jura Jaquio de morte.

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Jaquio é basicamente uma enorme bosta voadora, e o desgraçado fica varrendo a tela com bolas de fogo. Matá-lo é insanamente difícil, pois é complicado até evitar de ser acertado a toda hora por alguma bola de fogo safada do vilão.

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Você pensa que é hora do final feliz depois desses dois dificílimos inimigos consecutivos? Ledo engano! Derrotado Jaquio, surge o temível eclipse lunar que traria a demoníaca divindade de volta à vida.

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E lá vem mais uma luta, agora contra esse demônio enorme e cretino que aparentemente não morre de jeito nenhum!

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O negócio é encher a cabeça dele de porrada, até a cabeça rolar e cair. Depois, é hora de atacar o ferrão da cauda do inimigo, até ela explodir. Depois de tudo isso, são necessários vários ataques na barriga da criatura. E só daí, realmente, é o fim desse joguinho miseravelmente difícil.

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Ryu se despede de seu moribundo pai. O ninja e a garota fogem do templo que desmorona, e observam de longe o lugar ruir por completo. Foster liga para a garota e ordena que ela mate Ryu, que escuta a conversa e promete que irá cagar Foster a pau. A garota joga o comunicador longe e beija Ryu, revelando seu nome: Irene Lew.

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Os dois pombinhos então observam o nascer do sol sobre a floresta amazônica. THE END! Até o proximo detonado, caros amigos cemeterygamers!!

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