ZANAC (1986, MSX, MSX 2, NES, Playstation)

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Se ali por volta de 1993, quando eu tinha onze ou doze anos de idade, alguém me perguntasse qual era o meu game “de navezinha” (shoot’em up) favorito, a resposta não seria outra senão Zanac, do microcomputador MSX.

Uma dinâmica mistura de trilha sonora empolgante com tiroteio espacial frenético e contínuo, Zanac era um dos melhores jogos do estilo no MSX. Ele foi lançado em 1986 pela Compile, que posteriormente veio a se tornar célebre no desenvolvimento de grandes games desse estilo, como as séries Aleste e Power Strike (que, por sinal, são claramente derivadas de Zanac). Posteriormente, o jogo ganhou versões para o Nintendo 8-bits (NES), então o mais popular videogame da época, e uma espécie de remake turbinado para o micro MSX 2, numa versão chamada Zanac EX.

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Como era comum nesse tipo de jogo, a história em Zanac é profunda como um pires, criando o mínimo de pano de fundo narrativo necessário para explicar a razão de você passar suas horas atirando em naves inimigas. Acontece o seguinte: a humanidade está sendo atacada pela armada de guerra movida por uma entidade parte orgânica, parte mecânica, conhecida como O Sistema, desenvolvida em eras passadas por uma raça alienígena. O objetivo do “Sistema”, como não poderia deixar de ser, é varrer a raça humana do planeta Terra. Para evitar semelhante infortúnio, você foi colocado no comando da nave espacial AFX-6502 Zanac, basicamente a última esperança de combate da humanidade. Portanto, se alguma vez você já teve vontade de lutar contra O Sistema, Zanac é o seu jogo! É isso aí, abaixo O Sistema!!!

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MSX

Se, do ponto de vista afetivo e das memórias, o Zanac do MSX é o único que apela para os meus sentimentos de retrogamer, do ponto de vista técnico é preciso reconhecer que a versão do NES apresentava algumas vantagens significativas sobre o original. Os gráficos do Zanac do NES têm um melhor acabamento no geral, a animação da nave em movimento é bem mais elaborada, a música soa um pouco melhor e a área da tela na qual se desenvolve a ação do jogo é maior do que na versão do MSX, que possui uma enorme barra no lado direito da tela. O scrolling da versão NES também é visivelmente mais suave do que o do Zanac do MSX.

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Apesar dos pesares, a versão do MSX continua sendo a minha favorita. Primeiro, porque a dificuldade na versão MSX é mais equilibrada do que no NES (ou, colocado de outro modo, talvez a versão MSX seja um pouco “menos difícil”, porque simplesmente não é possível usar o termo “fácil” para falar de Zanac). Segundo, porque os cenários do Zanac do MSX, embora simples, têm muito mais apelo visual do que na versão do NES. Enquanto no MSX o jogador sobrevoa enorme campos, florestas e rios em boa parte do tempo, na versão NES há uma sucessão de cenários rochosos repetitivos e aborrecidos, desprovidos de interesse visual. Ou seja: apesar dos gráficos melhores da versão NES, é possível dizer que o Zanac do MSX acaba tendo, paradoxalmente, um visual mais legal.

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MSX

Zanac era – ainda é – difícil pra caramba, mais pelo tamanho do jogo (são uns doze estágios, até onde sei) do que pela dificuldade nas primeiras fases. Para ser sincero, ao contrário de muitos games do estilo, Zanac até permite que o jogador explore uma boa parte do jogo sem enfrentar dificuldades extremas (diferente de alguns games desgraçados, como o Terra Cresta do Spectrum, no qual era difícil permanecer vivo por mais de trinta segundos).

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NES

Uma peculiaridade interessante de Zanac é que o jogo lançava diferentes esquadras de inimigos em cima do jogador, com maior ou menor intensidade, dependendo da arma e dos power-ups que a sua nave estivesse usando, bem como da performance geral do jogador. Era mais ou menos como uma espécie de “inteligência artificial”, que adaptava a violência dos ataques inimigos às habilidades e ao poder de fogo do jogador. Pode parecer rudimentar, mas representava um belo truque de programação para a época, dadas as limitações técnicas das máquinas de 8-bits de então. Na prática, no entanto, isso não significava mudanças excessivamente drásticas entre uma partida e outra. O fato é que, com pouco treino, você podia fazer bonito nas primeiras três ou quatro fases – até ser transformado em carne moída logo adiante, é claro. A menos que o jogador fosse algum tipo de ninja, suas chances de chegar vivo nas últimas fases eram menores do que zero.

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Apesar da minha preferência pessoal pelo original do MSX, o Zanac do NES acabou entrando para a história como sendo, de longe, a versão mais popular do jogo. Em 2001, a Compile lançou para o Playstation a coletânea Zanac x Zanac, que continha um remake do clássico com visual renovado (Zanac Neo, ótimo por sinal) e o velho game do NES. Em 2007, quando Zanac foi disponibilizado no Virtual Console do Nintendo Wii, novamente a versão contemplada foi a do NES. O excelente e pioneiro Zanac do MSX, infelizmente, segue sendo uma relíquia conhecida apenas pelos velhos jogadores e pelos retrogamers mais dedicados. De qualquer forma, a coletânea Zanac x Zanac é simplesmente imperdível para os fãs deste velho game, pois a nova roupagem que a Compile deu ao clássico em Zanac Neo, tanto no especto visual quanto sonoro, é excelente e empolgante.

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Zanac Neo (Playstation)

Bem, e Zanac EX? A transição para o MSX 2 fez a diferença? Sinceramente, na minha opinião, a resposta é negativa. Apesar da melhor sonoridade das músicas, do scrolling mais suave e de um maior capricho na parte visual, Zanac EX é  medíocre para os padrões do MSX 2, exibindo poucas melhorias em relação ao original, apesar do design de fases bem diferente. Para um game de MSX 2, ele está longe de fazer jus às invejáveis capacidades desse modelo mais poderoso do clássico microcomputador japonês dos anos 80.

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Atirar em naves alienígenas era uma grande parte da experiência de jogar videogames nos anos 80. Quando Zanac foi lançado, já fazia 8 anos que o mundo tinha parado para jogar Space Invaders (nos arcades e no velho Atari 2600) sem parar. De 1978 até 1986, a evolução foi grande: a silenciosa missão do canhão abatedor de naves invasoras deu lugar à ação espacial móvel, frenética e colorida de Zanac, embalada por uma trilha sonora agitada, no melhor ritmo de “vamos salvar o mundo”.

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Claro, a coisa toda parece jurássica e simplória para os padrões técnicos da atualidade – mas um longo caminho de evolução na ação videogâmica havia sido percorrido até ali. E, com a música “colocando pilha” no jogador, parar de destruir naves inimigas era quase impossível, pelo menos até que um novo recorde de pontuação fosse alcançado, ou que o triste e melancólio “Game Over” surgisse na tela.

Especial de Halloween: MEDIEVIL (1998, Playstation)

Feliz Halloween! Para comemorarmos a data mais horrorífica do ano, aqui vai o review de um dos games mais aterrorizantes de todos os tempos e … tá, esse game não é assim “tão” aterrorizante. Ok, ok, esse jogo não é NADA aterrorizante e o resultado da sua mistura de elementos de horror infantil com narrativa cômica mais parece um especial televisivo de Halloween para crianças do que um filme de terror. Mas tudo isso só torna MediEvil , lançado em 1998 pela Sony para o Playstation-1 (ou “PsOne”), um game especialmente adequado para esta data.


A trama do game é a seguinte: estamos no século XIII, no fictício reino britânico de Gallowmere. Um feiticeiro maligno chamado Zarok está tentando tomar o poder, e para combatê-lo o Rei envia suas tropas, lideradas pelo lendário cavaleiro Sir Daniel Fortesque. “Sir Dan”, segundo a lenda, comandou o avanço das tropas do reino sobre as legiões demoníacas de Zarok e, embora mortalmente ferido, conseguiu ele mesmo matar o feiticeiro antes de tombar no campo de batalha.


Um século depois, no entanto, Zarok inexplicavelmente ressurge das sombras e lança um feitiço para roubar as almas dos moradores de uma aldeia próxima para reanimar cadáveres para o seu exército de mortos-vivos. Ocorre que o feitiço necromante de Zarok acaba reanimando também os restos esqueléticos de Sir Dan, que se vê retornando da morte e com a oportunidade de finalmente derrotar Zarok de uma vez por todas.

Nesse ponto é revelada a constrangedora verdade: embora as lendas tenham ilustrado o cavaleiro como um herói de guerra, na realidade ele foi simplesmente o primeiro soldado do reino a ser morto na Batalha de Gallowmere, logo na primeiríssima saraivada de flechas lançadas pelas hordas de Zarok. Mais do que uma nova vida, Sir Dan ganha, assim, a chance de se redimir do seu vergonhoso passado e de fazer jus à fama de herói que a história veio a lhe dar.


A apresentação e ambientação do jogo tem aquele clima de animação de terror para crianças, lembrando o espírito de filmes como “O Estranho Mundo de Jack“, de Tim Burton (claramente uma inspiração para a atmosfera do game). Os cenários do jogo são bem caprichados, assim como as divertidas cut-scenes que narram a trama.

Em termos visuais, MediEvil estava longe de fazer jus a todo o potencial do  PsOne, mas no geral os gráficos são bons – especialmente das locações em geral. Como já seria de se esperar, o game padece das limitações do hardware do PsOne e faz uso dos recursos então tradicionais para “contornar” esses problemas. Traduzindo: espere ver cenários se formando do nada no horizonte, escuridão total cobrindo as partes mais distantes do cenário e coisas semelhantes. Tudo isso era bastante comum na geração PsOne, e o que importa mesmo é que MediEvil tem um frame-rate rápido e boa jogabilidade. Sem falar que, para esse tipo de jogo em particular, os recursos utilizados para economizar memória e processsamento de certa forma contribuíram para a atmosfera sombria do jogo (quem já jogou o clássico e pioneiro Silent Hill do PsOne, por exemplo, vai entender perfeitamente o que estou dizendo).


O estilo do jogo é ação/aventura plataforma em 3D e, logo que você começa a jogar a primeira fase, ambientada num cemitério, e de repente um caixão levanta do chão e dele salta um morto-vivo em sua direção, é impossível que um certo game de terror clássico dos anos 80 não venha imediatamente à cabeça do jogador. É, você acertou, a influência do célebre Ghosts ‘n Goblins salta aos olhos em MediEvil. Pra mim, MediEvil simplesmente É o Ghosts ‘n Goblins da Geração Playstation. Não existe nada que tenha chegado mais perto da atmosfera e do estilo do clássico oitentista na Quinta Geração de videogames. Na geração seguinte, a Capcom lançou os dois games da série Maximo, que eram basicamente “continuações espirituais” de Ghosts ‘n Goblins, com gráficos tridimensionais no lugar do antigo side-scrolling com gráficos em bitmap. Mas, verdade seja dita: embora os dois Maximo sejam legais, eu ainda gosto muito mais de MediEvil!

Os méritos de MediEvil falaram alto, e o jogo foi bastante aclamado na época do lançamento. A revista Game Magazine deu nota 91% para o jogo, enquanto que o site IGN o descreve como “um jogo divertido e um dos clássicos do Playstation“. O sucesso levou ao lançamento da continuação MediEvil 2 em 2000, com a história dessa vez ambientada na Londres do Século XIX. MediEvil 2 também é um bom jogo, mas como foi lançado já no final da vida útil do PsOne, não fez tanto barulho quanto o primeiro game.


Em 2005, os fãs de MediEvil foram surpreendidos com o lançamento de MediEvil: Resurrection para o PSP, o console portátil da Sony.

O jogo é uma espécie de remake do MediEvil original, mas com inúmeras alterações na narrativa, no roteiro e no design e estrutura das fases. O game é hilário, divertidíssimo e absolutamente imperdível – mesmo para quem não conhece o original, mas principalmente para os fãs do primeiro MediEvil. Além da significativa melhoria gráfica em relação ao jogo original de 1998, MediEvil: Resurrection surpreende pelo bom humor escrachado, que por vezes torna o jogo quase uma auto-paródia do original. A narrativa do primeiro MediEvil já era irreverente e bem-humorada, mas em MediEvil: Resurrection a coisa virou praticamente uma comédia pastelão, com tiradas cômicas e situações hilárias surgindo a todo instante.

Qual MediEvil escolher? Bem, se você quiser dar prioridade para o aspecto retrogamer, minha sugestão sem dúvida é encarar o MediEvil original do PsOne. Se a intenção é ter a experiência mais polida, sou obrigado a recomendar o remake do PSP. Mas, se você curte esses games com clima de Halloween e Ghosts ‘n Goblins, não tenha dúvidas: jogue bastante os dois – primeiro o clássico do PsOne, depois o remake, já que a comparação é que acaba rendendo algumas das melhores risadas. E, se sobrar um tempinho, MediEvil 2 também merece alguma atenção. De resto, só podemos torcer para que a Sony não demore muito para nos presentear com novas aventuras de Sir Dan, o cavaleiro morto-vivo!

CASTLEVANIA CHRONICLES (2001, Playstation)

E cá estamos nós com mais uma seção nova no Cemetery Games: reviews de Playstation! Caramba, parece que foi ontem que o primeiro console da Sony era sinônimo de “gráficos revolucionários” e de um novo paradigma que fazia os sistemas anteriores parecerem pré-históricos. Mas o tempo passa para todas as tecnologias e hoje o “todo-poderoso” Playstation também já é uma velharia, sendo que divertir-se com a biblioteca de títulos do console já é um exercício de retrogaming. Portanto, ele já merece seu lugarzinho aqui no Cemetery Games, embora sempre com um invencível preconceito em virtude deste console safado ter sido o responsável pelo sepultamento dos games 2D e da maravilhosa quarta geração de consoles. Mas nós somos tolerantes e aceitaremos o “PsOne” na nossa mesa retrogamer – torcendo para que o Mega Drive e o Super Nes não o cubram de sopapos!


Para inaugurar a nossa seção Playstation por aqui, nada melhor do que começar por um game que, na sua época, fazia uma ponte entre o novo e o velho: Castlevania Chronicles, lançado pela Konami em 2001 (época, aliás, em que o Playstation já caminhava para os seus últimos suspiros, na medida em que o seu poderoso sucessor, o Playstation-2, já havia sido lançado no mercado no ano anterior).


Castlevania Chronicles é, basicamente, uma conversão para Playstation de um dos jogos mais obscuros da famosa série da Konami: Akumajou Dracula (o mesmo nome japonês do primeiro Castlevania do NES), lançado em 1993 apenas no Japão. O jogo, até então, nunca havia sido lançado fora do mercado nipônico e era uma exclusividade de um microcomputador que era muito popular no Japão no começo dos anos 90, o poderoso Sharp X68000, cujas capacidades gráficas estavam mais ou menos no mesmo patamar do que o Mega Drive. Isso fez o jogo ser apelidado de Akumajou Dracula X68000 (ou Castlevania X68000).


O fato de o jogo ter o mesmo nome do pioneiro Castlevania do NES não é coincidência. O game do Sharp X68000 era essencialmente um remake do clássico do NES, mas com gráficos e música muito superiores e fases diferentes (apesar de alguns níveis, como o primeiro, serem quase idênticos). Assim como ocorreu com Super Castlevania IV do Super NES, o Castlevania X68000 era uma mistura de remake com “reimaginação” do primeiro confronto de Simon Belmont com Drácula.

O jogo original do Sharp X68000 em Castlevania Chronicles (acima) e o Castlevania original do NES (abaixo). As melhorias no visual falam por si só.

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Castlevania Chronicles, portanto, representou uma boa surpresa para os fãs ocidentais da série, trazendo pela primeira vez o obscuro Castlevania X68000 para os mercados europeus e americano. Mas a Konami fez mais: além de oferecer aos jogadores um modo “original” (ou seja, o game do Sharp X68000 convertido de maneira absolutamente fidedigna), o game do Playstation inovou ao apresentar um modo “arrange. Em resumo: pequenas mudanças visuais aqui e ali (a mais chamativa é o visual de Simon Belmont, mais colorido e completamente diferente do original) e uma trilha sonora mais modernosa e sofisticada.


No entanto, o maior mérito da versão “arrange” diz respeito à possibilidade de selecionar o nível de dificuldade do jogo. O Castlevania X68000 era infame por sua dificuldade absurdamente elevada, assustadora até para os padrões intimidantes da série. A Konami, felizmente, introduziu três níveis de dificuldade na versão “arrange” – Easy, Normal e Hard – e com isso tornou o jogo acessível para todos os perfis de jogadores, e não apenas para hardcores maníacos pela série Castlevania. Os velhos menos habilidosos, entre os quais me incluo, agradecem!


Castlevania Chronicles é ótimo e simplesmente imperdível para os fãs da série. É mais ou menos como jogar o primeiro Castlevania do NES numa versão “com esteróides”, com gráficos e trilha sonora de 16-bits e, além disso, com um monte de fases inéditas. Mas, apesar de ser uma diversão incontestável, o jogo passa longe da perfeição. O modo “arrange”, apesar das adições oportunas, pecou pela pobreza de melhorias. Os gráficos são basicamente os mesmos do antigo game do Sharp X68000, e ficam abaixo da qualidade que se vê, por exemplo, no magnífico Super Castlevania IV do Super Nes. Além disso, a nova trilha sonora da versão “arrange” peca por ser “dançante” demais, criando um clima de “remix de boate” que não contribui para o clima de horror gótico do jogo.


A “modernizada” que a Konami deu ao visual de Simon Belmont também é discutível, para dizer o mínimo. É verdade que o “sprite” do herói era excessivamente marrom no original, mas precisavam redesenhar ele com cabelos compridos e pintados de ROSA?!? Com botas altas, pernas e braços musculosos de fora, um colante de couro, chicotinho e longos cabelos pink, Simon Belmont ficou mais parecido com um dançarino de boate gay do que com um caçador de vampiros! Só faltou a Konami dar uma bolsinha Victor Hugo para o personagem. Fico imaginando a cara de perplexidade do Drácula, quando viu seu arqui-inimigo vestido com esse “visú”! É verdade que, desde Symphony of the Night (1996), a série Castlevania passou a ser povoada por personagens andróginos, mas o fato de tal estética funcionar com personagens como Alucard não significa que sirva, também, para o protagonista do pioneiro jogo da série.

Espartilho, plumas negras, correntinha, delineador, cabelão rosa … Simon Belmont tá um luuusho nessa versão, não acham?
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Castlevania Chronicles também foi criticado, na época, pela atitude “mão-de-vaca” da Konami. Caramba, por que dar esse nome de coletânea para um lançamento e incluir nele somente UM único game velho? Certamente Castlevania Chronicles teria feito bem mais barulho na época (e seria mais valorizado hoje) se a Konami tivesse sido um pouco mais generosa e incluído um pouco mais de material, como a velha trilogia Castlevania do NES, o antigo arcade Haunted Castle, o velho Vampire Killer do MSX ou até mesmo (sonhar não custa nada) o magnífico Super Castlevania IV do Super Nes (que já tinha sido lançado há dez anos quando Castlevania Chronicles saiu).

O game do Playstation, no final das contas, ficou devendo em termos de custo/benefício. Talvez a intenção da Konami com esse título tenha sido de iniciar uma coleção de “resgates históricos” da série no Playstation. Se esse era o objetivo, infelizmente a iniciativa não deu frutos e as “crônicas” de Castlevania se limitaram a este único lançamento de 2001, que – apesar de seus defeitos – é um título simplesmente indispensável para qualquer fã de Castlevania, especialmente dos games mais antigos da série.