Em 1990, as Tartarugas Ninja eram o ícone pop do momento. O primeiro filme dos divertidos personagens fazia sucesso nos cinemas, o desenho animado era uma das melhores opções infanto-juvenis na televisão e cada game estrelado pelos personagens era melhor do que o outro. Mas isso não acontecia sem razão: a softhouse responsável por todos os games das Turtles na época era a Konami, que já era um símbolo de qualidade naquele tempo e continua sendo uma das empresas mais bem sucedidas do mercado até hoje.
Até então, as Tartarugas Ninja já haviam estrelado dois games de bastante sucesso, ambos lançados em 1989. O primeiro deles, Teenage Mutant Ninja Turtles, era uma mistura de ação com adventure. Ele foi lançado para diversos microcomputadores da época, como Spectrum, MSX, Commodore 64, Amiga e Atari ST, mas fez sucesso mesmo no NES (Nintendo 8-bits), que apresentava de longe a melhor versão.
Em seguida, um game ainda melhor, de mesmo nome, foi lançado para arcade (aquilo que chamávamos de “fliperama” por aqui). O game ficou conhecido como “Teenage Mutant Ninja Turtles – The Arcade Game“, nome com o qual recebeu uma elogiada versão para NES, game que fez enorme sucesso na época e hoje é lembrado como um dos grandes games daquele console.
Com tudo isso, era natural que as Tartarugas Ninja migrassem para o videogame portátil do momento, o Game Boy da Nintendo. Fall of the Foot Clan é o primeiro de três games das Tartarugas Ninja lançados para o Game Boy “clássico”, e foi bastante elogiado na época de seu lançamento por conta dos bons gráficos e diversão. Claro que, na comparação com os títulos do NES, o game se mostra mais “econômico” em cenários e apresenta uma ação menos dinâmica, mas mantendo de forma competente o clima dos primeiros games das Turtles.
Vamos, então, dar uma passeada em Fall of the Foot Clan, o primeiro Turtles do Game Boy:
A primeira fase são as ruas da cidade. O jogo apresenta personagens grandes (para as proporções da telinha do Game Boy) e cenários relativamente simples.
Existe uma razoável variedade de inimigos ao longo do jogo, mas esse é o babaca que você mais encontra em todas as fases: um soldado ninja padrão do Foot Clan. Da mesma forma como nos filmes, esses caras só servem para apanhar.
Parte da primeira fase se passa nos esgotos.
Não perca tempo tentando surrar esses ninjas motoqueiros. Só o que se pode fazer é pular sobre eles.
Existem alguns “cantos” nas fases que, uma vez atingidos, levam o jogador a pequenos minigames cujo objetivo é recuperar energia.
Tradicionalmente, os chefões nos games das Tartarugas Ninja são osso duro de roer. Mas, nesse aqui, até os chefes de fase são bolinho. Esse é o Rocksteady mais fácil de derrotar que já se viu até hoje.
Ao final de cada fase, rola uma tela parada bacana como essa, e alguns textos narrando a história.
A segunda fase é para ser numa fábrica, mas o cenário é tão pobre que fica difícil saber disso sem ler um manual do jogo. Esse aí é o Bebop, tradicional chefão de fase dos games das Tartarugas da época.
Pessoalmente, achei que as Tartarugas ficaram esquisitas nesse desenho, magras demais e com sorrisos genéricos de “smile”.
Até onde me lembro, o primeiro game do tipo “sair na rua dando porrada” que apresentou uma fase de caminhar por cima do trânsito foi o DRAGON NINJA, um clássico dos Arcades dos anos 80. A mesma idéia é aproveitada aqui. Outro jogo daquele tempo que tinha uma fase muito semelhante era o SHINOBI do Game Gear.
O chefão da terceira fase é Baxter Stockman, o cientista que virou uma mosca (certamente uma homenagem ao clássico filme de terror dos anos 80, estrelado por Jeff Goldblum, e que na verdade é um remake de um filme dos anos 50 estrelado pelo lendário Vincent Price).
Turtle Power!!!
Herói de verdade é herói até debaixo da água! “Viajando na maionese” de forma inédita em qualquer game das Turtles, a quarta fase se passa … num RIO! E não apenas na superfície do mesmo, mas sim também no FUNDO do rio! Essa coisa de brigar no fundo de um rio me lembra daquele filme TOP SECRET, comédia oitentista com o Val Kilmer, lembram?
Depois do Rio, as Tartarugas se embrenham numas cavernas cheias de inimigos. O chefão desta fase é ninguém menos que Shredder, “O Destruidor”. O cara é o mais tradicional inimigo das Turtles. No entanto, como o game segue o cânone do desenho animado, o Destruidor ficava num segundo plano, pois o grande vilão no desenho era o alienígena Krang.
Após derrotar o Destruidor, as Tartarugas partem em direção ao Technodrome, o quartel-general de Krang, o último chefão.
Fall of the Foot Clan padece de um defeito muito comum nos primeiros jogos do Game Boy: era muito curto e tinha poucas fases. Mas aqui, para compensar, a Konami jogou sujo: a quinta e última fase é estupidamente mais difícil do que todo o resto do jogo somado. Prepare-se para chegar até aqui sem perder nenhuma vida e então morrer todas elas apenas nessa fase. O segredo é andar bem devagar, para não acumular inimigos na tela.
Chegamos diante de Krang, o último chefe do game. Quem era criança no começo dos anos 90 lembrará que o cara é um pequeno alienígena em forma de cérebro, que comanda um enorme e musculoso corpo humanóide artificial. O inimigo é grande mas é mamão com açucar. Para derrotá-lo com tranquilidade, basta chegar até ele com sua barra de energia em bom estado.
Mais uma vez, as Tartarugas Ninja acabam com o Foot Clan e derrotam o Destruidor e Krang, salvando a amiga April O’ Neil. Até a próxima, pessoal! COWABUNGA e muita pizza pra vocês!