SPIDER-MAN – THE VIDEOGAME (1991, Arcades)

 

O Homem-Aranha talvez seja o super-herói com mais games legais lançados ao longo dos tempos. Desde o seu “debut” videogâmico em 1982 com o célebre Spider-Man do Atari 2600 (um game indiscutivelmente memorável da biblioteca de títulos do console), o aracnídeo mais amado do mundo tem protagonizado diversos ótimos jogos em diferentes gerações de videogames. Quase todo mundo que gosta de videogame lembra muito bem, por exemplo, do grande sucesso do game Spider-Man, lançado em 2000 para Playstation, PC, Nintendo 64 e Dreamcast, e que na época foi considerado não só o melhor jogo do Aranha já feito como também um dos melhores games de super-heróis de todos os tempos.

Mas, se você estivesse no ano de 1991, não haveria qualquer possibilidade de discussão: o melhor game do Homem-Aranha era um arcade da Sega, que brilhava nos nossos antigos “fliperamas” em virtude de seus gráficos sensacionais e efeitos sonoros de ponta. Era Spider-Man – The Videogame, e o jogo era de babar!

De cara, o que chamava a atenção era o tamanho dos personagens. O Homem-Aranha e seus inimigos apareciam verdadeiramente enormes na tela, com um nível de detalhamento gráfico e qualidade da paleta de cores que simplesmente não encontravam nenhum paralelo possível nos consoles domésticos da época. Uma sacada legal do jogo é que ele alterna esses momentos de “personagens grandes” (no qual o estilo é a boa e velha porradaria do tipo beat’em up) com momentos em que o zoom “afasta” da tela, deixando todos os personagens menores, em partes do game em que a jogabilidade é substituída por ação/plataforma.

Jogos do estilo beat’em up, como todo jogador das antigas sabe, sempre foram uma “faca de dois legumes”. Quando bem executados, eram tremendamente satisfativos. Quando a coisa não era tão bem feita, os jogos se mostravam invariavelmente repetitivos, burocráticos e enjoativos. Na minha opinião, a chave para um bom beat’em up é que o jogo consiga passar a necessária sensação de violência para o jogador, para que ele sinta que não está apenas fazendo o braço do herói colidir com o sprite do bandido até este sumir da tela, mas sim que ele realmente está arrebentando o maxilar do meliante à porrada.

Este Spider-Man – The Videogame da Sega era um desses beat’em ups que atendiam esse requisito com louvor. A pancadaria come solta mesmo, e espancar os criminosos pelas ruas nunca fica tedioso ou impessoal.  Pelo contrário: dá gosto de ver os infelizes apanhando!

A atmosfera de história em quadrinhos está presente o tempo inteiro no jogo, seja pelos “balões” com falas dos personagens, seja pelo visual (que mais parece uma HQ que criou vida), seja pelas cut-scenes dramáticas, que vão dando um certo rumo e andamento para a trama do jogo. Quem é fã do Homem-Aranha não tem como não gostar.

Outro ponto positivo aparece nos efeitos sonoros, que incluem não apenas músicas bem executadas como também vários efeitos de voz digitalizada com boa qualidade, o que era uma coisa absolutamente radical e “modernosa” na época.

Em termos de elenco, a Sega não economizou. Além do aracnídeo amigo da vizinhança, o jogador pode optar pela Gata Negra, Namor e pelo Gavião Arqueiro. Quando o assunto são os vilões, então, praticamente ninguém ficou de fora da festa. Venom, Kingpin, Doutor Octopus, Electro, Lizard, Scorpion, Homem-Areia, Duende Verde, Hobgoblin e Doutor Destino são os inimigos que dão as caras no jogo, garantindo uma boa dose de problemas para os heróis ao longo das quatro fases do game (é, você leu certo, são só quatro fases. O jogo é curtinho mesmo).

Como diversão adicional, esse era um daqueles arcades que podiam ser jogados por até 4 pessoas simultaneamente, garantindo a superlotação da tela por meio de um quebra-pau coletivo entre bandos de heróis e criminosos. Mas, mesmo jogando sozinho, eventualmente o jogador verá a tela tomada de bandidos, que não dão muita bola para essa coisa de “luta justa” e não se constrangem de partir de bando para cima do pobre Homem-Aranha.

Spider-Man – The Videogame é ação videogâmica de primeira para os padrões de 1991, e ostenta aquele inconfundível padrão de qualidade do qual a Sega podia se orgulhar na época. É uma diversão fácil, viciante e rápida que imediatamente cai no agrado de qualquer fã de beat’em ups – ou do Homem-Aranha. Mais do que recomendado!

FRIDAY THE 13th (1986, COMMODORE 64/ZX SPECTRUM)

Desde o surgimento do primeiro filme em 1980, a cinessérie Sexta-Feira 13 (Friday the 13th) se transformou numa das mais famosas e memoráveis de toda a história do cinema de horror. O protagonista/vilão da série, o sinistro serial-killer Jason Voorhees, foi um dos personagens mais icônicos do cinemão hollywoodiano dos anos 80, e hoje figura em qualquer lista decente de monstros mais queridos da ficção de terror de todos os tempos.

Além da imensa influência – basta ver a quantidade de “slasher movies” que Halloween (1978) e Sexta-Feira 13 inspiraram desde então, estima-se que a série de 12 filmes (que inclui o “crossoverFreddy vs Jason de 2003 e o “rebootFriday the 13th de 2009) tenha faturado 671.5 milhões de dólares apenas no mercado americano desde 1980, o que coloca Sexta-Feira 13 como a série de filmes de horror mais rentável nos EUA em todos os tempos.


Bem, mas e quanto aos games? Todo esse sucesso deve ter gerado uma AVALANCHE de videogames baseados nos filmes da série, certo? Se alguém perguntasse a você quantos games baseados nos filmes da série foram lançados entre 1980 e 2011, quantos você “chutaria”? Doze, já que são doze filmes na série? Treze, já que estamos falando de Sexta-Feira 13? Uma meia dúzia, mais ou menos? Ou quem sabe um para cada console e microcomputador oitentista que existiu?

Pode até parecer difícil de acreditar, mas a resposta para essa pergunta é incrivelmente conservadora: DOIS games! Sim, apesar de todo o imenso sucesso e apesar da extensa lista de filmes lançados ao longo de três décadas,  apenas dois míseros games baseados em Sexta-Feira 13 foram lançados até hoje.


O mais famoso deles, de longe, é o FRIDAY THE 13th do Nintendo 8-bits (NES), lançado pela LJN em 1988. Nada mais natural, já que o NES foi o videogame mais popular de sua época. Para quem não lembra, uma das primeiras coisas publicadas aqui no Cemetery Games, em 2009, foi uma pequena análise do Sexta-Feira 13 do NES. Confira aqui.

O jogo do NES nunca foi unanimidade, tendo sido massacrado pela crítica na época. A jogabilidade era meio tosca e o game no geral era frustrante e um pouco aborrecido, apesar de algumas qualidades (ambientação, sustos eventuais, etc) que o mantiveram no coração de alguns retrogamers mais trouxas (como eu, por exemplo). Se você está com o seu inglês em dia, não perca o hilário vídeo-review que o famoso Angry Videogame Nerd fez do jogo há alguns anos atrás: http://cinemassacre.com/2006/10/13/friday-the-13th-2/


Muita gente, erroneamente, acredita que existiu um Sexta-Feira 13 para o Atari 2600. Aqui no Brasil, esse equívoco comum em grande parte se deve ao fato de que o game “Halloween” era vendido por aqui com o nome de “Sexta-Feira 13” (assim mesmo, com o título em português). No entanto, a espantosa verdade é que não há nenhum game estrelado por Jason no Atari, apesar de outros filmes de horror da época – como Halloween e O Massacre da Serra Elétrica – terem dado as caras no console.

O conhecido game do NES, além disso, é o único lançado para um videogame propriamente dito, já que o único outro game baseado nos filmes da série Sexta-Feira 13 foi lançado em 1986, pela softhouse Domark, apenas para os microcomputadores Commodore 64, ZX Spectrum e Amstrad CPC. Assim como o game do NES, o Friday the 13th dos computadores desagradou profundamente a crítica especializada e divide a opinião dos retrogames até hoje – uns admiram e respeitam, outros abominam.


Antes de mais nada, é preciso esclarecer que o jogo, apesar de estar longe de ser perfeito, pelo menos se mostra com todo o seu potencial no C64 e no Amstrad CPC. A versão do Spectrum é tão ruim, mas TÃO ruim, que simplesmente não existe nenhuma pesssoa sã no mundo que defenda o jogo. Considerando que o game do Commodore 64 já é considerado por muitos como sendo uma porcaria e que a versão do Spectrum é muito inferior, torna-se até desnecessário dizer que é altamente recomendável que você se mantenha LONGE do game do Spectrum!


As versões do Amstrad CPC e do C64 são equivalentes, e pecam principalmente pelos gráficos fajutos e pela jogabilidade pouco interessante. Basicamente, o jogador controla um dos veranistas de férias no sinistro camping Crystal Lake, e deve explorar o local a fim de procurar armas, localizar Jason e matá-lo antes que ele assassine seus amigos adolescentes. O mais assustador nesse game, no entanto, são as bizarrices e as liberdades criativas tomadas pelos programadores. Você tem coragem e estômago forte para encarar essas loucuras? OK, então vamos lá …


Em primeiro lugar, nesse game Jason não está escondido em alguma vala, no meio do mato ou atrás de uma porta. Não: ele está andando em algum lugar do camping disfarçado como um amigo seu! É, é isso aí mesmo, você leu direito: nesse game, Jason virou uma espécie de mestre dos disfarces, no melhor estilo “espião”. Não deve ser fácil para um sujeito grande, fedido e usando uma máscara de hóquei se disfarçar de adolescente …


Mas a sandice continua! Ao ser desmascarado (ou seria “mascarado”?), Jason se revela na sua verdadeira forma: um enorme maníaco do mato usando máscara de hóquei, certo? Errado! Nesse game, Jason é um boa-pinta de cabelo moreno que veste uma camiseta preta estilo mamãe-quero-ser-forte. É, eu juro, você não está alucinando: transformaram o Jason numa espécie de Reynaldo Gianecchini em versão homicida. E você achava que O Exorcista é que era aterrorizante, né?


Já que os programadores do game aparentemente estavam usando algumas drogas bem poderosas na época, é claro que a imaginação fumacenta deles não poupou também o bom e velho camping Crystal Lake. Andando pelo lugar nesse game, nós descobrimos que o camping conta não apenas com casas, florestas e celeiros mas também com uma enorme igreja, um cemitério desolado e uma coisa que parece uma biblioteca. Que luxo de acampamento, hein? Só faltou uma lan-house e um shopping center!


As músicas do game também são uma coisa de louco, e consistem basicamente na clássica trilha de O Fantasma da Ópera (?!) e na marcha nupcial (!?!?). Falando nisso, eu já comentei que os programadores do jogo provavelmente abusavam das drogas na época?

Diversas armas podem ser encontradas pelos cenários, mas o item que mais chama atenção é a cruz. Até onde pude entender, a cruz pode ser usada para identificar qual de seus amigos é o Jason disfarçado. Aparentemente, os programadores do game viram o filme e não entenderam que Jason não é um vampiro.


Outro jeito igualmente bizarro de “testar” seus amigos é atacando eles com golpes de faca ou machado. Legal, né? Quem precisa de Jason, quando o próprio “mocinho” do jogo precisa sair pelo camping dando machadadas em seus amigos? Se você acerta um golpe num amigo normal, nada acontece (mas cuidado para não acabar matando o infeliz). Mas, se o amigo na verdade for Jason, ele se revelará em sua verdadeira forma (o moreno de roupa preta justinha, lembra?) e então você deverá golpeá-lo até a morte. A morte dele, de preferência.

Com essa mecânica simples (não há nada para fazer além de andar, arranjar uma arma e procurar Jason), gráficos ruins e delírios narrativos, não é à toa que esse Friday the 13th dos computadores tenha sido tão espinafrado pela crítica. Mas verdade seja dita: o game tem seus méritos. O mais evidente deles é a sua efetiva capacidade de assustar o jogador. Na verdade, parece que os programadores de Friday the 13th não tinham outra meta além de dar uns bons “cagaços” no jogador.


Um dos recursos mais eficientes para tanto é o caprichado grito de mulher que surge subitamente quando um dos personagens é assassinado por Jason. Você está caminhando no mato, procurando Jason, jogando o game sozinho no seu quarto de madrugada com as luzes apagadas e, do nada, um grito agudo e desesperado irrompe do computador. Funciona razoavelmente bem até hoje, mas na época era uma coisa tremendamente aterrorizante, pois qualquer efeito de digitalização de voz (por rudimentar que fosse) era incomum e impressionante naqueles tempos. Muitos retrogamers que cresceram jogando no Commodore 64 se borram de medo desse game até hoje, basicamente por causa do gritinho sinistro. A única coisa esquisita é que, quando você mata Jason, o grito também ecoa. Será que sou só eu que acho estranho ver Jason gritando – e ainda por cima com voz de garota – enquanto leva um golpe fatal?


Ainda achando que não estavam apavorando o suficiente, os insanos programadores do jogo incluíram umas “cut scenes” sinistras que aparecem na tela aleatoriamente e sem aviso, de quando em quando. Você está caminhando no mato, procurando Jason, jogando o game sozinho no seu quarto de madrugada com as luzes apagadas e, do nada, a tela inteira dá lugar à imagem de um homem levando um golpe de facão na sua cabeça ensanguentada. É, posso acreditar que esse game tenha arruinado as noites de sono de muitas crianças nos anos 80 …


Enfim, o Friday the 13th do C64 consegue criar uma atmosfera competente de terror, bem como dar uns sustos eventuais no jogador. Está muito longe de ser um jogo REALMENTE bom, mas é compreensível que tanta gente tenha boas memórias dele até hoje e o respeite enquanto game de terror, apesar das inegáveis deficiências do game. Pena que o ZX Spectrum não conseguiu reproduzir a experiência a contento, arruinando completamente a experiência que já não era perfeita no Commodore 64.

O Friday the 13th do Spectrum é mais feio do que um acidente de trem!

Fica, é claro, a grande pergunta no ar: já que só existem dois games baseados em Sexta-Feira 13, qual deles é o melhor? O criticado, espinafrado e conhecido game do NES, ou este criticado, espinafrado e obscuro game do Commodore 64? Bem: se você é fã da série e está disposto a entrar no clima de terror precário desses games sem se importar demais com a jogabilidade, ambos os games merecem atenção e rendem umas boas partidas. Mas, se você não é assim tão fã do Jason e acha que a vida já é suficientemente aterrorizante sem gráficos ruins e jogabilidade vacilante, talvez o melhor seja evitar ambos os games e torcer para que no futuro, quem sabe, alguém resolva lançar um game de Sexta-Feira 13 que seja REALMENTE bom.

BIG TROUBLE IN LITTLE CHINA (1987, ZX Spectrum e Commodore 64)

Big Trouble in Little China (conhecido aqui no Brasil como “Os Aventureiros do Bairro Proibido“) é um dos meus filmes oitentistas favoritos. Lançado em 1986 e dirigido por John Carpenter, o filme fez minha alegria em várias “Sessões da Tarde” durante a minha infância.

O filme tinha tudo: humor, terror, aventura, meu ídolo Kurt “Snake Plissken” Russel, a gatíssima Kim Cattrall (antes de ela virar aquela chata de meia-idade do Sex and the City), monstros, um velho feiticeiro morto-vivo chinês … uma festa, enfim!

Pelo bem das minhas queridas memórias de infância, fico feliz de jamais ter tido contato naquela época com esse horrível, nojento, asqueroso, péssimo e podrérrimo game de mesmo nome, lançado em 1987 para os microcomputadores ZX Spectrum e Commodore 64, na tentativa de ganhar uns trocados em cima do filme. Não deve ter dado muito certo. Primeiro, porque mesmo o filme – que é ótimo – foi um fracasso de bilheteria. Segundo, porque o jogo é muito, mas MUITO ruim.


Big Trouble in Little China é essencialmente o mesmo game tanto no Spectrum quanto no C64. A principal diferença está no visual, que reproduz as típicas qualidades e deficiências dos dois micros. Enquanto que a versão do Spectrum tem gráficos mais definidos mas peca pela pobreza de cores, a versão do C64 é bem colorida – mas sofre daquela resolução gráfica abominável, típica do sistema, que quase lembra os padrões do pioneiro Atari 2600.


Presumivelmente, a história do jogo é a mesma do filme: o caminhoneiro Jack Burton e seu amigo Wang Chi precisam resgatar suas namoradas, raptadas por uma gangue sobrenatual de Chinatown, cujo mestre é um feiticeiro fantasma chinês chamado Lo Pan.

No game, você pode comandar três personagens: Jack Burton, Wang Chi e o mago Egg Chen. O trio anda junto pelas fases, mas você só pode comandar um de cada vez. Quando o primeiro da fila morre de tanto apanhar, é substituído por um dos outros.


Tudo seria muito bom se não fosse por um “pequeno” detalhe: o único personagem que presta é Jack Burton. Os outros dois lutam tão mal que o destino deles invariavelmente é apanhar até a morte, e a já horrível jogabilidade do game se torna infinitamente pior quando você perde Burton. Aparentemente, é possível coletar armas no decorrer do jogo, mas boa sorte tentando chegar lá apenas com os próprios punhos. Eu, particularmente, não fui além da segunda fase.


A mecânica do jogo é irritantemente repetitiva e sem graça. Você anda por cenários pobres que ficam se repetindo em loopings, dá de cara com um bandido, seus amigos somem, você soca o bandido até a morte, seus amigos reaparecem e então recomeça a caminhada pelo cenário repetitivo. A coisa fica nisso por minutos a fio, até que você finalmente passa de fase e é recompensado com … um cenário repetitivo diferente.

Não há qualquer espaço para movimentos estratégicos nesse jogo, nem qualquer satisfação com as brigas de rua, que são burocráticas e extremamente mal executadas. As lutas são tão chatas que muitas vezes os inimigos simplesmente saltam por cima da sua cabeça e vão embora, liberando o seu caminho. Pelo jeito, até eles acham o jogo chato demais.


Os comandos do game não poderiam ser piores: para bater nos inimigos, você precisa apertar soco juntamente com a tecla “up” ou “down”, para dar um golpe alto ou baixo no adversário. A detecção de colisões é arbitrária e pouco compreensível e as lutas são desajeitadas. Sabe aquele tipo de jogo no qual você não sabe nem dizer com certeza se está acertando os golpes no inimigo ou não? Pois é…

A versão do Commodore 64 recebeu nota 34% na época pela revista ZZap!64. Atualmente, o jogo tem nota 2.6 (de 10!) no site Lemon64, especializado em Commodore 64. No entanto, o que é realmente inacreditável é que a versão do Spectrum ganhou nota 8 da revista Your Sinclair e 7 da revista Crash, duas das mais populares revistas especializadas da época. Não tem explicação, só pode ter rolado dinheiro nessa história aí!

Felizmente, a revista Sinclair User foi mais racional e espinafrou o jogo, dando nota 2/10 para ele. Segundo a revista, os personagens “lutam como se estivessem fazendo uma apresentação de música folclórica russa“. Além disso, o resenhista destacou que o jogo é “absolutamente desprovido de atmosfera, sem efeitos sonoros dignos de nota e que não há nada para ser jogado, pelo menos até onde a vista alcança“.

Para nós retrogamers, que gostamos de cultuar games antigos, às vezes é bom ter um desses “choques de realidade” que nos ajudam a lembrar que, nos velhos tempos, também havia um bocado de games muito ruins no mercado. Quanto a Big Trouble in Little China, assista o filme mais uma vez em DVD e trate de esquecer que este jogo existe. O Bairro pode ser perigoso, mas o que deveria ser PROIBIDO mesmo é essse game!