MARATONA ATARI

Antes de mais nada, começo essa etapa da Maratona Atari esclarecendo um  pequeno engano meu. Lembram que, no final da última etapa, eu tinha dito que os próximos jogos seriam da “série” Artillery Duel? Bom, na verdade eu fui induzido em erro pela listagem de jogos do Atari 2600 da Wikipedia, que listava vários games com esse nome. Provavelmente o jogo deve ter sido relançado várias vezes em cartuchos de dois jogos.


De qualquer forma, o importante é deixar claro que Artillery Duel é o nome de um único game do Atari, lançado em 1983 pela Xonox. São dois canhões trocando tiros num cenários montanhoso, e você pode jogar contra o console ou contra um amigo.

Esse tipo de jogo “de artilharia” já vinha de mais tempo nos computadores da época, sendo que um dos primeiros exemplares do estilo a contar com gráficos foi o Artillery, lançado em 1980 para o Apple II (exemplos mais primitivos, do final dos anos 70, contavam apenas com informações textuais na tela). Em eras mais recentes, creio que a conhecida série Worms seja o melhor exemplo desse tipo de jogo.

Em Artillery Duel, você controla a força e o ângulo do tiro, e torce para acabar com a raça do seu inimigo. Não é a coisa mais divertida do mundo de se jogar sozinho, mas com um amigo até que pode render alguma diversão. A geografia do cenário muda a cada partida, o que ajuda a aumentar o valor de replay do jogo.


O próximo game da nossa lista é Assault, lançado também em 1983. É um game de atirar em alienígenas, gênero corriqueiro no Atari, mas se destaca pela boa qualidade geral e até que o jogo tem alguma personalidade. Você controla um pequeno veículo terrestre que precisa abater as naves alienígenas que saem de uma grande nave mãe no topo da tela. O interessante aqui é que o jogador pode atirar não apenas pra cima como também para os lados, a fim de destruir alguns inimigos terrestres que as naves inimigas lançam no solo. A mecânica de jogo é diferente do tradicional: para atirar, ao invés do tradicional botão de tiro, é preciso colocar o direcional do joystick para cima. Já para atirar para os lados, é preciso apertar o botão de tiro e então a direção respectiva no joystick. Apesar de ser um título pouco conhecido do console, Assault surpreende como um belo joguinho, apresentando bons gráficos e sons e uma ação bastante eficiente. Vale à pena conhecer.


Asterix, naturalmente, é um título que gera expectativas, já que todo mundo é fã das divertidíssimas HQs do personagem. Mas esse joguinho do Atari, também datado de 1983, não poderia ser mais sem vergonha: o jogador controla uma cabeça de Asterix que se move verticalmente dentro de algo que parece ser algum tipo de prédio. Asterix ganha pontos pegando objetos que parecem caldeirões (provavelmente em referência à poção mágica dos quadrinhos), e morre se encostar nas harpas (provavelmente em referência ao insuportável bardo Chatotorix). Em cada corredor, Asterix pode também se mover na horizontal.

Bom, já deu pra ver que a associação do famoso personagem com essa mecânica de jogo tediosa é forçada pra caramba, e que estamos diante de um game de ação pobre, excessivamente repetitivo e extremamente enjoativo.


Com Asteroids, a nossa maratona finalmente chega a um clássico absoluto do Atari 2600. Aliás, corrijo: um clássico absoluto dos arcades, que fez um sucesso absurdo quando do seu lançamento, em 1979, e foi então adaptado para o Atari em 1981.

Apesar da versão do Atari ser um megaclássico do console, é preciso reconhecer que ela não chegava no nível de qualidade do original. Pode parecer estranho fazer tal comentário sobre um game tão simplório (para os padrões atuais), mas o Asteroids do arcade fazia uso de gráficos vetoriais luminosos, que davam ao jogo um visual extremamente futurista e “high tech“, e a versão do Atari era bem menos impressionante, trocando os monocromáticos vetores brilhantes por asteróides coloridos.

Quem é “véio” como eu certamente conhece Asteroids muito bem, mas se você ainda caminha sem a ajuda de uma bengala, eu explico o conceito pra você: o jogador controla uma pequena nave espacial em meio a uma nuvem de asteróides, e precisa atirar incessantemente neles para transformá-los em asteróides cada vez menores, até serem destruídos definitivamente. Claro que, enquanto isso, é preciso manobrar a nave para garantir que nenhum dos imensos asteróides colida com a nave.  Para os padrões atuais, o game parece ter 100 anos, mas é um ícone da indústria dos videogames e precisa ser conhecido.


Nosso próximo game, Astroblast, de 1982, é uma adaptação para o Atari do game Astrosmash do Intellivision, que era um console concorrente do Atari naquela época. É mais um shot’em up, mas inova por ser uma mistura de Space Invaders com Asteroids, pois ao invés de atirar em naves alienígenas você precisa atirar em imensos meteoros que estão caindo na Terra, bem como cuidar para não ser acertado pelos pedaços dos meteoros atingidos. Apesar do “visual toscão” gerado pelos horrendos gráficos, é um shooter tremendamente satisfativo, seja pela ação rápida, seja pela barulheira interminável de tiros.

Definitivamente, é um bom game para a época, e fiquei surpreso em descobrir que o original do Intellivision foi um imenso sucesso naqueles tempos, tendo vendido mais de um milhão de cópias. Divertido.


O último título dessa etapa da nossa maratona é Atari Video Cube, de 1982. Vocês não vão acreditar nessa “pérola”! Se você já usa dentadura como eu, vai lembrar do “Cubo Mágico”, aquela porcaria de cubo colorido que enlouquecia as pessoas nos anos 80.

Esse Atari Video Cube, acreditem se quiser, é uma adaptação do Cubo Mágico para videogame. E se o célebre puzzle já era um pé no saco, imagina tentar resolvê-lo num jogo de gráficos precários, visualizando apenas um lado do cubo de cada vez. É o tipo da coisa que eles devem usar para torturar prisioneiros em Guantánamo. Horrível, passe longe!

Na próxima etapa da nossa intrépida Maratona Atari, vamos conferir um dos maiores clássicos do Atari 2600, a obscura continuação desse clássico,  um jogo de tabuleiro e dois jogos … pornôs! Sim, estou falando sério. Quem viver, verá!

Um pensamento sobre “MARATONA ATARI

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