Super Dimension Fortress Macross (a tradução em inglês do título original) é um game que nunca foi lançado fora do Japão. Por isso, é até incorreto dizer que ele é um game do NES, já que o console tinha esse nome apenas nos EUA e na Europa. No Japão, o videogame de 8-bits da Nintendo se chamava Famicom, e portanto Choujikuu Yousai Macross nunca ganhou propriamente uma versão para o NES, ficando restrito ao formato original japonês no qual foi lançado.
Se um game que nunca foi lançado fora do Japão está merecendo um post aqui no Cemetery Games, então é porque pelo menos era um jogaço, né? Errado. Macross é um título bem medíocre para os padrões do Nes/Famicom. Os gráficos são aceitáveis, mas a mecânica do jogo parece coisa do Atari 2600. Explico: todas as fases são essencialmente iguais, e repetem-se em looping infinito. No controle de uma espaçonave-robô, o jogador precisa enfrentar uma série de adversários até adentrar na nave-mãe Zentrandi (raça de aliens inimigos), onde terá 30 segundos para destruir o reator principal. Feito isso, a missão está cumprida e uma nova fase com o mesmo objetivo começa. Mudam alguns inimigos adicionais, dificuldade crescente, etc. Mas o jogo, essencialmente, é essa porcaria repetitiva quase desprovida de cenários e diversidade.
Aposto que agora vocês já estão de saco cheio, perguntando: “credo, mas por que essa droga ganhou um post aqui no blog então, porra”? O motivo é puramente sentimental, já que tenho um episódio engraçado da infância que envolve esse game.
É o seguinte: em 1992, um colega da escola – e grande amigo meu na época – ganhou um Dynavision III, um dos melhores clones nacionais do NES/Famicom existentes no mercado brasileiro naqueles tempos. Ávido por desbravar as pérolas da biblioteca de jogos deste que foi o mais popular videogame de 8-bits de todos os tempos, meu amigo entrou numa loja e pediu pro vendedor lhe dar algumas dicas sobre algum jogo legal para comprar. Então o vendedor disse coisas do tipo “esse aqui é bem legal, tu é uma navezinha que vira um robô, e precisa destruir outros robôs e naves espaciais“. Com esse papo furado, o cara empurrou para o meu amigo um cartucho com o game Macross (que é como nós chamávamos o jogo na época, ignorando completamente qual era o título nipônico original).
Meu amigo foi pra casa feliz da vida, crente de que tinha acabado de comprar um grande jogo no melhor estilo MEGA MAN (que a gente adorava). Afinal, não dá pra errar com robôs que viram espaçonaves, certo? ERRADO! No outro dia na escola, já dava pra ver a desilusão nos olhos da pobre criança, e ele já estava doido pra empurrar o game para algum colega que também tivesse um NES, para trocar por qualquer outro cartucho.
Em retrospecto, preciso admitir que Macross não é um game TÃO ruim assim. Embora repetitivo, a jogabilidade é boa e ele é um game simples, porém funcional. O problema é que, naquela época, nós estávamos saindo (tardiamente) da “Era Atari”, e estávamos ansiosos por games com começo, meio e fim, com história, com fases legais e diferentes, com mecânica complexa. Queríamos Tartarugas Ninja, Mega Man, Double Dragon, Super Mario Bros 3 e coisas do tipo, e não um jogo de fases idênticas que se repetem, coisa que já tínhamos enjoado de experimentar no Atari.
Naqueles tempos, era muito raro a gente achar um game de terceira ou quarta geração “ruim”. Como o acesso aos cartuchos era limitado pelo preço salgado, tratávamos tudo o que nos caía nas nossas mãos com deferência e adoração. Para vocês terem uma ideia, esse mesmo amigo meu comprou o infame Total Recall do NES algum tempo depois e nós achávamos o jogo ÓTIMO (nós atribuíamos nossas dificuldades com o jogo à nossa própria falta de habilidade, e não ao fato óbvio de que o game tinha péssima jogabilidade e era chatíssimo, coisa que hoje salta aos olhos e fica evidente pela má recepção que o game teve na época). Mas com Macross não deu … foi um raro exemplo de game que nem nós, então criaças com muito tempo livre/paciência e relativamente poucos games à disposição, conseguimos aturar.
Ainda assim, a musiquinha do game nunca me saiu da cabeça …
Afinal, os feios também amam!
Nossa, eu também tive esse jogo! O meu vídeo game era um tal de turbo game, da CCE! rsrs Eu achava esse jogo o máximo, pois foi o primeiro que eu tive. Ficava horas jogando.
As fases reaqlmente se repetiam. Mas salvo engano, acho que depois de muitas fases começa tudo de novo, quero dizer, o nível de dificuldade voltava como era na primeira fase rsrs.
Também tem um desenho com esse jogo aí que eu também gostava bastante. O nome é macross.
Falou!
Também tive um Dynavision 3 e jogava esse game em uma coletânea de jogos(o 30 ou 64 games não me lembro qual) e depois de um tempo sempre desistia dele e ia jogar outra coisa.
Eu achava o máximo Macross na época quando joguei num cartucho de vários jogos na casa de um amigo de escola.