PECADOS GAMÍSTICOS!

Seguindo a tendência dos amigos do Gaga Games, Retroplayers, GLStoque, Game Retrô e outros, elaborei a minha própria lista de pecados gamísticos, aquelas confissões que envergonham qualquer retrogamer digno de assim ser chamado. Conto com a piedade e compreensão de vocês, e que possam orar por minha alma para que eu não seja punido em excesso no além-vida por estes pecados horrendos …

PECADO Nº 1: O ÚNICO RPG DE VIDEOGAME QUE TERMINEI NA VIDA FOI PHANTASY STAR DO MASTER SYSTEM


Sim, eu confesso!!! Adoro RPGs, joguei Dungeons & Dragons e AD&D com amigos na adolescência, colecionei livrinhos da série Aventuras Fantásticas e sou fã de Lord of the Rings. Mas dos incontáveis RPGs de console que joguei na vida, o ÚNICO que terminei foi o clássico PHANTASY STAR do Master System. Creio que o ano foi 1994 e 1995, e eu jogava esse jogo no meu Game Gear com adaptador para cartuchos de Master System (e com o Super Wide Gear para aumentar o tamanho da tela). Eu adoro Dragon Warrior, Grandia II, Legend of Dragoon, Final Fantasy e assemelhados, mas RPGs levam dezenas de horas para serem finalizados, e eu simplesmente não tenho paciência pra gastar mais do que 10 ou 15 horas envolvido com uma campanha de jogo. Vale frisar que eu virei também o DIABLO original do PC, mas quem conhece sabe que é um  estilo de RPG totalmente diferente.

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PECADO Nº 2: O ÚNICO MEGA MAN QUE TERMINEI NA VIDA FOI O CURTO MEGAMAN II DO GAME BOY CLÁSSICO


Passei a infância babando nos games da série Mega Man do NES, mas o único jogo da série que terminei foi o curto e relativamente fácil (para os elevadíssimos padrões da série) Mega Man II do Game Boy clássico. Nunci virei outro game da série, nem nos consoles originais, nem em emuladores. Ou seja: NUNCA virei um Mega Man do NES, do Super Nes ou do Playstation, NUNCA virei um Mega Man X do Super Nes e NUNCA virei um Mega Man Zero do Game Boy Advance ou Nintendo DS. E olha que nem estou entrando no mérito de outras séries “spin-off” como Mega Man Battle Network, a qual não curto. Realmente, uma falha GRAVE no meu currículo retrogamer.

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PECADO Nº 3: TIVE UM MSX E NUNCA JOGUEI METAL GEAR E NEM VAMPIRE KILLER


Essa é foda. O microcomputador oitentista MSX provavelmente tem como maiores orgulhos em seu currículo o fato de ter trazido ao mundo as séries Metal Gear e Castlevania (Vampire Killer também é da Konami e, apesar do nome diferente, já continha todos os elementos tradicionais do que viria a ser a série Castlevania). Só que, nos três anos e meio em que tive um MSX, nunca joguei nenhum desses dois clássicos supremos. Mas antes que vocês mandem os demônios do inferno levarem minha alma, apresento um argumento técnico de defesa: esses dois games foram lançados para o padrão MSX 2, e o meu computador, que era um Expert da Gradiente, era compatível com o padrão MSX 1. Portanto, mesmo que eu conhecesse esses games na época e tivesse tido a intenção de jogá-los, não seria possível. Mas eu não os conhecia …

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PECADO Nº 4: NUNCA TERMINEI NENHUM SHOT’ EM UP NA VIDA

Adoro shot’em ups, os famosos “games de navezinha”. Zanac, Terra Cresta, 1942, Tyrian, Sky Jaguar, Aleste, Ikaruga, Raiden … a lista vai longe. Mas nunca, NUNQUINHA cheguei ao final de nenhum game do estilo. E aqui nem posso alegar a “falta de paciência” que tenho com RPGs, portanto a culpa é da minha inabilidade enquanto jogador mesmo!

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PECADO Nº 5: NUNCA TERMINEI SUPER MARIO BROS 3 DO NES

Cresci apaixonado pelos games da série Super Mario Bros. Não os joguei tanto quanto queria na infância e adolescência, mas depois de adulto tratei de tirar o atraso: terminei SUPER MARIO BROS 2 e SUPER MARIO WORLD nas suas versões para Game Boy Advance, terminei SUPER MARIO BROS nos emuladores e joguei SUPER MARIO BROS 3 na versão do Game Boy Advance … mas não terminei o jogo! Ou seja, estamos em 2010, o game existe há VINTE ANOS, muitos o consideram o melhor jogo do Mario de todos os tempos e eu AINDA não o terminei. Meu Deus, que vergonha!!! Parem de olhar pra mim, me deixem em paz!!!

“E esta é por nunca ter terminado nenhum Final Fantasy, seu pretenso retrogamer de meia tigela!!!”

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ATUALIZAÇÃO: segue abaixo a relação completa dos retroblogs envolvidos no projeto “Pecados Gamísticos”. A lista é uma contribuição do retroblog GLStoque. Valeu, parceria!

A Link to The Past
http://newbaforever.wordpress.com/2010/02/21/meme-pecados-gamisticos/

Blog do Gustavo

http://gugastavo.wordpress.com/2010/02/24/preguica/

Cemetery Games
https://cemeterygames.wordpress.com/2010/03/12/pecados-gamisticos/

Dimensão X
http://dimensaoxis.blogspot.com/2010/02/pecados-gamisticos-do-oraculo.html

DingooBR (Sandro “Tandrilion”)
http://www.dingoobr.com/?p=1896

DingooBR (Zolini)

http://www.dingoobr.com/?p=1819

First Stage
http://firststage.wordpress.com/2010/01/31/confissoes-de-um-gamer-desencaminhado/

Gaga Games

http://www.gagagames.com.br/?p=11726

Game Retrô
http://gameretrobrasil.blogspot.com/2010/01/45-revelacoes-bombasticas-no-gameretro.html

GLStoque
http://glstoque.blogspot.com/2010/02/pecados-gamisticos-glstoque.html

MMOPlayers

http://www.mmoplayers.com.br/news/pecados-gamisticos-as-confissoes-de-stuka/

New Old Players
http://newoldplayers.blogspot.com/2010/02/pecados-gamisticos-new-old-players.html

Nostalgia & Tecnologia

http://nostec.wordpress.com/2010/02/18/pecados-gamisticos-do-lord/

RetroNewsForever

http://retronewsforever.blogspot.com/2010/03/rapidinhas-do-nesbitt-inquisicao.html

Retroplayers
http://www.retroplayers.com.br/?p=3557

ANIVERSÁRIO DE PRIMEIRO ANO DO CEMETERY GAMES!

Neste domingo, 07/03/2010, o CEMETERY GAMES completou um ano de vida! Foram 8.780 visitas registradas nesse primeiro ano de atividades do blog. Para vocês terem uma idéia, o site Cemetery Games original (que ficou no ar entre 2002 e 2005) teve 2.500 visitações registradas ao longo de seus últimos dois anos de existência. Ou seja: o blog atual, na metade deste tempo, teve mais do que três vezes esse número de frequentadores.

É um número impressionante e animador para um projeto totalmente desprovido de divulgação profissional como o Cemetery Games, e mostra o grande interesse que os games antigos despertam nos jogadores de todas as idades.

Quero registrar meu agradecimento a todos os frequentadores, eventuais e habituais, bem como aos parceiros do Cemetery Games: GAGA GAMES, RETROPLAYERS, GLSTOQUE, SHUGAMES e vários outros. Como testemunhas oculares dos dias de glória dos consoles de segunda, terceira e quarta geração de videogames, nós temos o dever não só de relembrar estes tempos com os nossos contemporâneos como, também, de dividir esse conhecimento e essas memórias com a gurizada mais jovem, a “geração Playstation”.

A cena retrogamer brasileira é grande e forte, e nós somos ela! Um grande abraço e parabéns pelo trabalho que vocês estão fazendo.

Não poderia faltar um PAC-bolo de aniversário!

KUNG-FU MASTER (1984 – Arcade, Nes, MSX)

Um dos gêneros de games mais característicos e populares dos anos 80 era o BEAT’ EM UP (algo como “andar e dar porrada”, numa tradução livre e nada literal). O mais renomado representante do estilo naqueles tempos, Double Dragon, era ao mesmo tempo o representante máximo do gênero e o perfeito estereótipo dele: um herói valentão, andando por cenários urbanos, saindo na porrada com gangues de marginais clichê (punks, negões musculosos sem camisa, gente com cabelo colorido, etc) para salvar a namorada raptada pelos bandidos. Na cola de Double Dragon, surgiram alguns dos mais renomados títulos da terceira e quarta geração de videogames, como Streets of Rage, Final Fight, Dragon Ninja, River City Ransom, os vários games das Tartarugas Ninja no estilo e o clássico Golden Axe, que inovou levando o beat’em up dos tradicionais cenários urbanos para um mundo de fantasia medieval.

Apesar disso, pouca gente lembra que o gênero beat’em up, embora popularizado por Double Dragon, não nasceu com ele. Atualmente, existe um certo consenso de que o primeiro beat’em up legítimo foi KUNG-FU MASTER (Spartan X, no original japonês), lançado no final de 1984 nos arcades pela Irem e Data East. Nele, o jogador assumia o papel de Thomas, um habilidoso lutador de artes marciais que invade o esconderijo de um vilão chamado Mr.X, que raptou Sylvia, a namorada do herói.

Arcade

Nunca cheguei a jogar o original dos arcades, mas em 1992 conheci a versão do NES, chamada apenas de KUNG-FU. Um amigo meu tinha acabado de ganhar um Dynavision III e este cartucho tinha vindo com o console. Lembro de ter gostado muito do game, pois a jogabilidade era fluída, haviam vários golpes legais e alguns surpreendentes efeitos de voz digitalizada, o que naturalmente era um luxo para a época. Era o típico game dos “primeiros anos” do NES, longe de figurar entre o que de mais sofisticado o console chegou a apresentar em sua vida útil, mas era um jogo muito bom em sua simplicidade. A versão NES tinha um visual mais econômico do que o game original do arcade, com personagens menores e menos detalhes, mas no geral era uma excelente adaptação.

Nes

Mais ou menos um ano depois, obtive a versão de KUNG-FU MASTER para MSX. O visual desta versão é bem diferente, com personagens mais sérios e menos cartunescos. Ficou bem diferente do arcade e do NES, mas os gráficos são bons no geral. A jogabilidade, no entanto, é mais lenta e os controles não respondem tão bem quanto na versão do NES. Os efeitos de voz digitalizada também estão ausentes no MSX, e o fundo preto não ajudou muito no quesito visual. No geral, é uma versão interessante do clássico, mas a do NES era bem mais legal.

MSX

Na época em que tive um Atari, nunca tomei conhecimento do fato de que o console tinha uma versão de Kung-Fu Master, o que é uma pena. Lançada em 1987, a adaptação do jogo para o clássico (e já velho naquela época) console de segunda geração é surpreendentemente boa, com música fiel ao original e jogabilidade rápida e eficiente. É um dos jogos da 2ª geração mais impressionantes que já vi, do ponto de vista técnico. A ambientação ficou meio prejudicada (os personagens parecem estar usando chapéus ou coisa parecida), mas a ação do original ficou mais ou menos intacta. Realmente, uma conversão milagrosa! Como não poderia deixar de ser, o mérito da obra é da Activision – a softhouse que melhor soube aproveitar os recursos do Atari 2600, muitas vezes tirando leite de pedra e criando vários dos maiores clássicos daquela geração de consoles.

Atari 2600

Kung-Fu Master também teve versões para Atari 7800, Apple II, Commodore 64, Spectrum, DOS e Amstrad CPC, mas nunca cheguei a conhecer nenhuma delas.

Uma curiosidade: o jogo foi baseado no filme Game of Death (1978), estrelado por Bruce Lee. Quem já viu o filme imediatamente reconhecerá, no game original do arcade, o visual do ator e o cenário inspirado na principal locação do filme. Curiosamente, nas adaptações para plataformas domésticas (NES, MSX, etc.) o visual do protagonista foi alterado e as semelhanças óbvias com Bruce Lee, presentes no arcade, desapareceram. Será que rolou medo de processo por uso não autorizado da imagem do autor? Mistério …

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No entanto, no Japão, o game foi batizado de Spartan X para pegar carona no filme chinês de mesmo nome (que não tem nada a ver com o jogo) estrelado pelo popular Jackie Chan. O filme é conhecido no ocidente como Wheels on Meals. Que confusão, né?

KUNG-FU MASTER 2?

Nunca houve um game chamado “Kung-Fu Master 2”, mas isso não significa que esse beat’em up pioneiro nunca tenha recebido continuações. A primeira delas é uma “continuação espiritual” – VIGILANTE, lançado pela Irem em 1988, que possuía jogabilidade semelhante. No entanto, o roteiro e os personagens são diferentes, embora novamente envolvendo um lutador de artes marciais que enfrenta uma gangue para salvar sua namorada.

Em 1990, foi lançado para o Game Boy clássico um game também chamado Kung-Fu Master, que não deixa claro se é um remake ou uma continuação propriamente dita. Apesar da jogabilidade semelhante a do original, essa versão do Game Boy inovava em cenários, roteiro, personagens e golpes.

Por fim, em 1991, sai a verdadeira continuação de Kung-Fu Master: SPARTAN X 2, para o Super Famicom (que era o Super Nes japonês). Infelizmente, como já deu pra notar, o game teve lançamento restrito ao mercado nipônico.

Kung-Fu Master (Game Boy)