MARATONA ATARI

Essa etapa da nossa maratona começa com CANYON BOMBER, lançado em 1978. Só o que eu tenho a dizer sobre a experiência de jogá-lo é … “uau”! Este é certamente um dos games mais aborrecidos do universo, mal dá pra acreditar.

O negócio é o seguinte: você controla diferentes aeronaves que cruzam a tela na horizontal e o objetivo é bombardear o terreno abaixo de modo a fazer mais pontos do que o adversário (controlado pelo computador ou por um segundo jogador). Peraí, peraí … eu falei “controlar” as naves? Perdão, esqueci de explicar: você não controla absolutamente nada, pois as naves andam sozinhas! A única coisa que o jogador faz em Canyon Bomber é escolher o momento de atirar, ou seja, o game é inteiramente jogado única e exclusivamente com o botão de tiro do joystick. A interatividade resultante é tão baixa que me sinto quase tentado a dizer que o game não se qualifica como um “jogo” propriamente dito.

Canyon Bomber é inacreditavelmente precário, e perde de 10 a zero para o pioneiro “Pong” em termos de diversão e interatividade. Fique longe!

Quem já acompanhou as outras etapas da Maratona Atari aqui no Cemetery Games sabe que eu tenho absoluto desprezo pelos jogos de cartas do console, que são horríveis demais mesmo para quem gosta de jogos de cartas (o que não é o meu caso). É por isso que não vou perder muito tempo com esse detestável CASINO, lançado em 1978 para o console. Basicamente, o jogo tem três modalidades de carteado: blackjack, five-card stud poker e poker solitaire.

Talvez quem seja familiarizado com esses jogos consiga entender a confusão visual que emerge dos precários gráficos de Casino, mas preciso admitir que não é o meu caso.

Realmente, uma pessoa precisa ser MUITO fã de poker para se submeter a jogá-lo na frente de uma televisão, diante das severas limitações técnicas do Atari 2600. Mas, como dizem, tem gosto para tudo …

Hey, mas nem tudo é tristeza neste vale de lágrimas! Depois de uma decepcionante sequência de games ruins, eis que agora damos de cara com um clássico da Era de Ouro dos Arcades: CENTIPEDE!

Originalmente lançado nos arcades em 1980, o jogo ganhou versão para o Atari em 1982. A versão doméstica ficou bastante boa, apesar de uma sensível queda na qualidade gráfica, especialmente no que diz respeito aos cogumelos que infestam o cenário (e que viraram quadradinhos genéricos na versão Atari). Para quem não conhece, Centipede é um shot’em up no qual você deve se proteger dos ataques de criaturas asquerosas como centopéias e aranhas.

Eu realmente acho que ele não se compara com clássicos como Space Invaders ou Galaga, mas é preciso dar crédito para a sua ação frenética. A possibilidade de mover seu personagem também na vertical torna o jogo bastante dinâmico, principalmente quando se está sendo perseguido por pedaços de centopéia de um lado e por uma saltitante aranha homicida de outro. Centipede é um ótimo exemplo do que eram os videogames na primeira metade dos anos 80, e permanece desafiante até os dias atuais. Recomendo!

O próximo jogo na nossa lista não é apenas um “jogo”, mas sim uma verdadeira pérola! CIRCUS ATARI (também conhecido como Circus) é uma das coisas mais insanamente engraçadas e divertidas que eu já vi em termos de videogame.

O jogo é uma versão modificada do clássico Breakout (já analisado em etapas anteriores da nossa maratona), e saiu primeiro nos arcades, sendo adaptado para o Atari em 1980. O “detalhe” é que aqui, para quebrar os blocos na parte superior da tela, você precisa sincronizar os saltos com rampa de dois artistas circenses que desafiam a morte em grandes alturas.

Funciona assim: você controla um dos idiotas, que está em cima da rampa móvel. Quando o outro idiota pula, você precisa “pegá-lo” com a rampa. Se você for bem sucedido, isso irá imediatamente ejetar o Idiota nº 1, que então precisa ser resgatado pelo Idiota nº 2. Na medida em que os pulos forem ficando mais altos, os dois palhaços vão arrebentando os blocos da parte superior da tela. Caso você não consiga resgatar o colega a tempo, ele se estabaca no chão que nem uma rã atropelada numa auto-estrada. Só vendo para crer! É impossível não recomendar esse jogo pois, apesar da simplicidade, ele é muito engraçado e acaba sendo bastante divertido, principalmente se você tiver uns amigos por perto para rolarem de rir junto com você. Circus Atari é um ótimo game para animar uma festinha retrogamer, recomendo!


Com CODEBREAKER, a história foi outra. Não consegui jogá-lo no emulador, pois aparentemente ele requer algum tipo de acessório com teclado numérico ou controle especial. A julgar pela escassez de elementos gráficos na tela, o jogo não passa de algum tipo de puzzle com números.

Mesmo para os padrões de 1978, o jogo é claramente uma porcaria. Codebreaker é o tipo de game que eu agradeço aos céus por nunca ter conhecido nos meus felizes anos de proprietário de um Atari, lá nos idos dos anos 80.


E isso nos leva ao último jogo desta etapa da nossa maratona, e dessa vez estamos diante de um clássico: COMBAT (também conhecido como Tank Plus) foi lançado para o Atari 2600 em 1977, e tem a distinção de ser um dos nove games da “leva inicial” do console, que foram lançados no mercado junto com a estreia do videogame.

Combat, é claro, é precário até dizer chega, com gráficos pobres até para os padrões do Atari. Mas a sua jogabilidade (exclusiva para dois jogadores) e variedade de veículos de guerra (tanques, caças, etc) fizeram dele um clássico, além de ser seguramente um dos melhores games da primeira leva do console, além de uma das melhores experiências videogâmicas multiplayer que alguém poderia ter lá no final dos anos 70.

Bem, pessoal, por enquanto é isso! A nossa Maratona Atari ainda tem um longo percurso pela frente (só de games cujo título começa com a letra “C”, ainda analisaremos mais 36 jogos). Até o nosso próximo encontro com os saudosos pixels agigantados do Atari 2600, caros retrogamers!

4 pensamentos sobre “MARATONA ATARI

  1. Muito bom Caveira! Uma curiosidade sobre Combat: ele representa muito bem o hardware do Atari, ou seja, seu hardware foi desenvolvido exatamente para jogos como ele: dois jogadores, só que mais sprites e sons do que as Pong Machines da geração anterior. Depois de um tempo foi que a criatividade dos programadores deu um “surto” e eles fizeram coisas absurdas como Laser Gates ou Solaris (Solaris parece um jogo de Atari 5200 de tão incrível que é). Deixa só você chegar na letra S daqui a “alguns dias” hehehehe!

    Por isso que o Atari 2600 é o console mais bem explorado da história. Por si só, o projeto era para jogos como Combat mas….. os programadores foram onde nenhum programador havia ido antes! 😀

  2. Estou sempre lendo seus textos mas nunca comentei, você esta de parabéns, é muito bom voltar aquela época onde a imaginação era fator importante na hora de jogar.
    Continue firme na sua maratona, é muito bom relembrar aquele tempo, muito obrigado.

  3. codebreaker usava o controle numérico do Atari. Tinha um primo do meu primo que tinha o controle e nenhum jogo para ele.

    o jogo é o clássico jogo da senha, só que com números ao invés de pinos coloridos. Mas a resposta continua clássica: um pino preto para um número correto na posição errada e um pino branco para um número correto na posição correta. O screenshot mostra que o código devia ter um 4 ou um 6, mas nenhum 2 ou 3.

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