ROAD FIGHTER (1985, MSX e NES)

Nos anos em que fui o feliz proprietário de um microcomputador MSX (ou seja, entre 1992 e 1995), um dos meus games de corrida favoritos era um jogo já meio velhinho e bastante simples da Konami: Road Fighter.


Lançado nos arcades em 1984 (um ano antes das conversões domésticas para MSX e para o Nintendo 8-bits), Road Fighter tem a distinção de ter sido o primeiro game de corrida desenvolvido pela Konami. E, dessa vez, os MSXzeiros levaram a melhor: a versão de Road Fighter do MSX é claramente superior à adaptação do NES, com gráficos melhor definidos, mais coloridos e melhores efeitos sonoros. Para piorar, na época a versão do NES só foi lançada no Japão, sendo que uma versão ocidental só veio a sair na Europa em 1992(!), quando o joguinho já estava bastante ultrapassado e quando o próprio NES já caminhava para a aposentadoria.


Road Fighter é uma espécie de Out Run com visão aérea. O objetivo é pisar fundo no acelerador e correr pelas fases com a maior rapidez possível, evitando colisões com os veículos adversários. O tanque de combustível, nesse jogo, funciona como um contador de tempo, e é preciso chegar ao final de cada fase antes que o combustível do seu carro termine. As fases são bem variadas, com cenários legais e boa ambientação, quase como uma antecipação da fórmula que Out Run viria mostrar ao mundo dois anos mais tarde.


Os veículos adversários variam em grau de periculosidade. O mais desgraçado de todos os adversários é o afrescalhado carro cor-de-rosa (vermelho, no NES), que simplesmente SE ATIRA para cima do seu carro quando você se aproxima dele. Assanhado, não? Os carros azuis e verdes são mais tranquilos, mas ainda assim frequentemente atrapalham a vida do jogador, causando acidentes e deixando o combustível cada vez mais perto de acabar antes do final da fase.


Falando em “frescuras”, parece que os responsáveis pelam versão MSX de Road Fighter realmente eram uns rapazes bem … “alegres”. Veja só: no game original, os itens de bônus que o jogador coletava pelo caminho eram representados por carros multicoloridos. Já no MSX, esses itens foram substituídos por … corações cor-de-rosa! Nóóófa, mas que excesso de fofura, não acham?


Road Fighter foi relançado (em sua versão original dos arcades) em 1999 como parte da coletânea Konami Arcade Classics, do Playstation. Posteriormente, o jogo também integrou, em 2007, a coletânea Konami Classics Series: Arcade Hits, lançada para o Nintendo DS. O jogo também integra o serviço online Game Room, da Microsoft (disponível para Xbox 360 e PCs com Windows). Apesar disso, até onde eu tenho conhecimento, infelizmente jamais houve um relançamento da ótima versão MSX (que eu acho até mais legal do que o game do arcade). Ainda bem que os emuladores estão aí para garantir nossa alegria e compensar a desídia das empresas do setor.

Uma curiosidade: 11 anos depois do lançamento de Road Fighter nos arcades, o game ganhou uma continuação chamada Midnight Run (que, no Japão, foi lançada com o subtítulo “Road Fighter 2“). O jogo saiu para arcades e foi convertido para o Playstation em 1997. Apesar disso, na prática o game não se parece em nada com Road Fighter, já que a visão aérea bidimensional é substituída pelos gráficos 3D em terceira pessoa, no melhor estilo Gran Turismo. Uma segunda continuação, chamada Winding Heat, foi lançada nos arcades em 1996, e é basicamente uma versão aperfeiçoada de Midnight Run.


Finalizando, Road Fighter é um game bastante simples, típico dos primeiros anos da terceira geração de consoles, época na qual a mecânica dos games e os gráficos não haviam chegado nem perto de esgotar o grande potencial que os videogames/microcomputadores de 3ª geração ainda viriam a exibir. Apesar da simplicidade, é um joguinho rápido, sem enrolações e bastante divertido, que deixou saudades entre os jogadores das antigas, especialmente entre os fãs do MSX.

(Versão NES)

11 pensamentos sobre “ROAD FIGHTER (1985, MSX e NES)

  1. Tive MSX entre 1990 e 1991.

    O Master System e Amiga tem jogos similares

    Este jogo foi o predecessor do F1-Spirit, tendo muitas semelhanças

  2. Como MSXzeiro de carteirinha, posso dizer que o jogo foi muito popular na época. Divertido e com boa jogabilidade. Gostei da definição de Out Run com eagle view. Parabéns por abordar também o Midnight Run. Pouca gente percebe que a Konami lançou esse arcade como sendo uma continuação do Road Fighter.

  3. Joguei muito esse negócio no NES, mas nunca gostei de jogos de corrida e era péssimo com eles. Gostei do texto!

    E ainda cheio de orgulho gay implícito… Carros rosas que detonam e corações cor-de-rosa como bônus… kkk! WHO OWNS THE THRONE?

    • Hahaha, é verdade! Lembrei de você enquanto eu resenhava o Road Fighter. Eu via aqueles carros rosas malvadinhos e os coraçõezinhos rosas e pensava “hmmmm, taí um game que deveria ser resenhado no GLStoque!” hahaha.

      Na real, acho que rolava menos “maldade” na cabeça dos programadores naquela época, porque o videogame ainda era visto como “coisa de criança”. Veja o clássico Golden Axe, por exemplo: a despeito de ser um game sensacional do qual eu sou fã incondicional, o que é aquele bárbaro que vai pra batalha usando só uma SUNGA? E a amazona, que vai enfrentar os inimigos de biquini? Era muito sem noção hehehe. Imagina que constrangimento seria God of War, por exemplo, se o Kratus usasse só uma sunguinha no jogo! Hahahaha.

  4. Joguei muito a versão para nes no meu dynavision 3.
    Uma curiosidade na primeira fase as vezes e não sei o porque e nem como passava um “bonequinho” voando no canto esquerdo da tela de baixo para cime no maior estilo superman.

    • Tens razão, paladino222! Eu também cheguei a ver o estranho “Superman” que sobrevoa a tela. Acho que os programadores tinham fumado alguma coisa quando resolveram adicionar esse elemento cômico ao jogo hehehe.

  5. Nossa! Como joguei esse joguinho. Estranhamente não por emulador, mas eu possuía um executável num antigo pc e esse era o meu preferido (salvo engano, vinha na memória junto com uma distribuição de Mirc). Nunca imaginei que era um game do MSX (eu nunca VI um MSX na vida). E pelas imagens percebo que o executável era o game do MSX. Minha ressalva é que no modo B (level B) é bem mais complicado de ganhar já que todos os carros tem atitudes suicidas e propositadamente se chocam com o seu veículo. Lembro perfeitamente até hoje da manha de trombar e corrigir a direção.

    Grande lembrança. Gostei da matéria!

    Um abraço!

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