Quando Sonic – The Hedgehog chegou arrasando no Mega Drive em 1991, tornando-se um dos grandes lançamentos daquele ano, parecia improvável que a Sega fosse se preocupar em adaptar o game do seu novo mascote para o Master System. Afinal de contas, o velho Master já estava no mercado há seis anos e o seu sucessor de 16-bits já estava bem estabelecido. Embora firme e forte no Brasil (um dos mercados em que o Master System mais fez sucesso em todo o mundo), no Japão e nos EUA o Master já era um console virtualmente liquidado.

Por isso, foi uma grande surpresa que, ainda em 1991, a Sega tenha lançado para o Master System uma excelente adaptação de Sonic – The Hedgehog (já resenhado do começo ao fim aqui no Cemetery Games). Mas a surpresa maior foi ver o Master System ganhando também uma versão da sequência Sonic 2, no ano seguinte, e em 1993 uma aventura exclusiva do herói, chamada Sonic Chaos (Sonic & Tails no Japão).

Sonic Chaos surpreendeu, de cara, por ter sido o primeiro título do Sonic exclusivo para plataformas de 8-bits. Além disso, foi o primeiro Sonic de 8-bits a trazer Tails como personagem jogável. O jogo apresentou algumas novidades aqui e ali, como mísseis que fazem Sonic sair voando pela tela e loopings em forma de espiral. Mas, no geral, é um Sonic no melhor estilo tradicional, bastante parecido com as aventuras anteriores do personagem no Game Gear/Master System.

Tecnicamente, os gráficos de Sonic Chaos não impressionam tanto quanto os do Sonic – The Hedgehog do Master/Game Gear, mas mesmo assim são bonitos e coloridos. As duas versões de Sonic Chaos são mais ou menos equivalentes, e é difícil saber se é um jogo de Master que ganhou versão para Game Gear ou se foi o contrário. Nos primeiros anos do Game Gear, o normal era que os jogos do portátil fossem simples conversões de jogos do Master. Alguns anos depois, por vezes se verificava exatamente o contrário (mas, pelo menos segundo a Wikipedia, Sonic Chaos teria sido feito primeiro para o Master e depois adaptado para o Game Gear).

Na época em que esse jogo era recente, eu joguei (e terminei!) ele na versão do Master System, mas jogando num Game Gear através do adaptador Master System Converter (um brinquedinho dos velhos tempos que também já foi resenhado aqui no blog). Mas agora, jogando novamente o game para esta análise, fiquei com a nítida impressão de que a versão do Game Gear é mais rápida e que tem menos slowdowns do que a versão do Master. Fiz o teste em mais de um emulador, e essa impressão se manteve.

Não tenho o cartucho do Sonic Chaos do Master, mas tenho o do Game Gear, e resolvi experimentar um pouco do jogo no console real. Infelizmente, meu Game Gear aparentemente está com algum problema técnico e não colaborou. Enfim, graças a Deus pelos emuladores! Entre consoles convencionais e portáteis, antigos e contemporâneos, eu tenho doze videogames na minha casa. Já pensaram se precisássemos depender do bom funcionamento de tantos consoles, cada um com duas décadas (ou mais) e com seu próprio conjunto de fontes, joysticks pifados e cabos com mau contato? Arghhh!!!! (Apesar da minha frustração momentânea, quero esclarecer que, a rigor, todos os meus consoles estão funcionando, por incrível que pareça).

Além dessa questão da velocidade, a única outra diferença essencial entre as duas versões de Sonic Chaos está nas proporções do personagem e do cenário. Na versão do Game Gear, Sonic é maior e a área de visão do jogador é menor. Apesar disso, eu ainda arrisco dizer que, no final das contas, o visual do jogo no Game Gear é o que se sai melhor. Na época, a então prestigiada revista americana Electronic Gaming Monthly elegeu Sonic Chaos como o melhor jogo de Game Gear de 1993. Realmente, para um game portátil, Sonic Chaos matava a pau (tecnicamente, não havia nada nem parecido no monocromático portátil da Nintendo). No Master System, no entanto, já rolava aquela inevitável comparação com os Sonics do Mega Drive, que eram muito superiores.
A trama é aquela mesma baboseira de todos os jogos da série, com o ensandecido cientista malévolo Dr. Robotnik tentando dominar o mundo através do poder místico das Esmeraldas do Caos. O design de fases também não é muito original, e copia mais ou menos “na cara dura” as orientações dos jogos anteriores – tem a fase das colinas verdejantes, a fase do cenário urbano/industrial, etc. Mas, no geral, Sonic Chaos é bem mais fácil do que os games anteriores do personagem nos consoles de 8-bits da Sega.
A versão do Game Gear de Sonic Chaos foi relançada em 2003 como um bônus escondido no game Sonic Adventure DX (Game Cube/PC). Ele também foi incluído na coletânea Sonic Mega Collection Plus (Playstation 2/Xbox/PC). Em 2009, a versão do Master System foi disponibilizada no Virtual Console do Nintendo Wii. Em 1994, Sonic Chaos ganhou uma continuação chamada Sonic Triple Trouble (Sonic & Tails 2 no Japão), mas desta vez o jogo só saiu para o Game Gear.

Embora seja um título exclusivo dos 8-bits, não seria exatamente correto dizer que Sonic Chaos foi “o primeiro Sonic exclusivo dos 8-bits”. Afinal de contas, não custa lembrar que as versões de Sonic – The Hedgehog e Sonic 2 para os consoles de 8-bits da Sega eram totalmente diferentes (em termos de design de fases) dos originais do Mega Drive. Ou seja, os dois primeiros Sonics do Master/Game Gear já eram, de certa forma, exclusivos destas plataformas. E a verdade é que Sonic Chaos não é tão bom quanto aqueles dois primeiros jogos. Mas para os fãs do Sonic dos velhos tempos, o importante é que se trata de um game do personagem no estilo clássico que o consagrou, e só isso já é motivo para recomendá-lo. Converter a beleza e a ação dos Sonics do Mega Drive para o limitado hardware do Master System e do Game Gear implicava em naturais perdas de qualidade, mas mesmo assim Sonic Chaos é um game legal, fiel às origens do personagem e digno de carregar o nome do Sonic, o que já é muito mais do que se pode dizer de boa parte dos jogos do azulão lançados na última década.






![Quack Shot Starring Donald Duck (JUE) (REV 01) [!]_000](https://cemeterygames.com/wp-content/uploads/2010/02/quack-shot-starring-donald-duck-jue-rev-01-_000.jpg?w=660)
![Lucky Dime Caper, The [EUR]](https://cemeterygames.com/wp-content/uploads/2010/02/lucky-dime-caper-the-eur.jpg?w=660)

![Deep Duck Trouble [EUR]](https://cemeterygames.com/wp-content/uploads/2010/02/deep-duck-trouble-eur.jpg?w=660)




































O Streets of Rage original do Mega Drive. Repare nos personagens grandes e detalhados, na atmosfera sombria e em alguns efeitos caprichados, como as luzes que refletem na vitrine da loja ao fundo.
A versão do Master System: personagens menores em relação ao ambiente, mas gráficos caprichados para os padrões do console, com um visual “limpo” e pouco pixelado.
A versão Game Gear: personagens reduzidos e ambiente menor, mas melhor jogabilidade.
Tela de abertura.
Os dois heróis disponíveis.
Primeira fase: as ruas da cidade. O lugar está virado numa praça de guerra. Espere todo o tipo de maníaco e marginal. Na foto, Axel segura o cano, a melhor arma do game para “porrar” seus inimigos.
Esse grandalhão com cara de bad boy é o primeiro “chefão” do jogo. Ele ataca com um bumerangue! Além de mau, o cara é aparentemente bem excêntrico. Detoná-lo é barbadinha.
A segunda fase é numa ponte, à noite, com as luzes da cidade refletindo no rio. Quando conheci esse game em 1993, eu simplesmente BABAVA nos gráficos desta fase, que eram muito bons para os padrões do Game Gear.
O problema dos personagens reduzidos é que alguns ficavam impossíveis de identificar. Aumentei um pouco a imagem aqui para você poder ver esses bandidos vestidos de roxo. Alguém poderia me explicar O QUE SÃO ESSES CARAS? Parecem uns clones do Monstro da Lagoa! Na boa, esses bichos mais parecem alienígenas do que bandidos de rua.
Esse gordão que cospe labaredas de fogo é o chefe da segunda fase.
Da ponte, nossos heróis vão parar num navio dos criminosos, que vem a ser a terceira fase do game. Aqui a Sega aproveitou para mostrar uns gráficos legais também. Repare no grande e iluminado barco ao fundo.
Essas duas piranhas com as pernas de fora são talvez as inimigas mais “raladas” do jogo. Elas ficam dando piruetas e saltos mortais enquanto descem a porrada sem dó em você. O negócio é agarrá-las e arremessá-las longe.
A quarta e penúltima fase é uma fábrica. Por que os bandidos têm uma FÁBRICA?!? Não vão me dizer que eles precisam de prensas e esteiras rolantes para fabricarem drogas, né?
Um jeito divertido de trucidar os inimigos nessa fase é atraindo-os para perto dessas enormes prensas e então acioná-las se aproximando delas. Mas cuidado para você mesmo não ser transformado em panqueca em uma delas.
Economia de memória ou falta de criatividade? Olha só quem é o chefe da quarta fase: o gordinho baforento de novo!
A quinta e última fase é o QG do sindicato do crime, mais precisamente um grande hotel de luxo, com os corredores repletos de bandidos.
Esse pulinho seguido de joelhada é provavelmente o golpe mais eficiente do jogo.
À medida em que o protagonista avança no hotel, vai encontrando todos os chefões derrotados das fases anteriores. Olha o bad boy do bumerangue aí, enchendo o saco de novo!
Atrás destas portas duplas, esconde-se o poderoso líder do sindicato do crime. Ah, esse “S” no chão é muito útil. Ao pegá-lo, o herói “explode” com todos os inimigos na tela. Foi uma forma simplificada de reproduzir o “especial” do game original do Mega Drive, no qual um carro de polícia aparecia na tela, dizimando todo mundo.
Não poderia ser mais clichê: vestido com um terno BRANCO e sentado numa grande cadeira diante de uma enorme janela, o chefão do crime desdenha do herói. Antes de enfrentar o cara, é preciso matar mais uns delinquentes que o safado manda para darem um pau em você.
O todo poderoso líder do crime vem encarar o herói, só que armado com uma metralhadora! Corajoso ele, não? Provavelmente ele tinha acabado de assistir SCARFACE …
Derrotado, o chefão do crime vai ao chão. É o fim da organização criminosa na cidade.



Mais um final feliz! Até o próximo game, pessoal!